A Secretaria de Transportes Urbanos de Cuiabá, comandada pelo vereador Edivá Alves (PSDB), não vem demonstrando competência para administrar o trânsito de Cuiabá. As velhas desculpas para o sistema continuar caótico são verdadeiras, mas daí¬ ameaçar implantar o rodízio, em virtude das obras necessárias para a capital mato-grossense ser uma das subsedes da Copa de 2014, como advertiu o prefeito Chico Galindo (PTB), é, no mínimo, uma sinalização de incompetência.
É verdade que algumas ruas do centro são ruelas, projetadas na época de Cuiabá dos anos 50. É verdade também que houve, nos últimos anos, um aumento "monstruoso" da frota de veículos. É verdade ainda que uma parcela ponderável de motoristas não respeitam as leis do Trânsito etc. Com tudo isso e mais algumas coisas, o trânsito de Cuiabá poderá ser mais ágil e, digamos, usando um chavão da moda, mais humano.
Não é. Infelizmente, a SMTU pouco faz para melhorar a situação. A secretaria fica, ao invés de atender os interesses da população, dando guarida a briga de audiência entre as TVs Centro América (Globo) e Gazeta (Record). Basta os repórteres das TVs indicarem um problema, que vai lá a SMTU para resolver o problema. Parece que o secretário Edivá só quer aparecer na mídia. Afinal, as TV's, embora atendam a reclamação de moradores, não tem engenheiros de trânsito para propor soluções para os problemas identificados.
As soluções apresentadas pela SMTU, identificadas pelas TV's, são simples: dá-lhe quebra molas e semáfaros. Não é a toa que algumas das principais avenidas da capital mato-grossense estão cheias de quebra molas. A Presidente Marques e a São Sebastião, por exemplo, receberam quebra molas. Ah! Já ia me esquecendo: implantaram faixas de pedestres sem um estudo prévio, de forma indiscriminada. Uma aberração. No Shopping Três Américas, por exemplo, tinha uma faixa de pedestre na esquina, o que provocava um engarrafemento nas imediações.
Não sei se a maioria das pessoas percebeu, mas também no Shopping Três Américas, existe uma passarela e, pasmem, embaixo, uma faixa de pedestres. Eu, como todo brasileiro, gosto de moleza e, por isso, ao invés de utilizar a passarela, ter que subir escadas, uso a faixa de pedestre. Na avenida do CPA, há ainda o sistema de estacionamento vertical do "tempo da onça", não mais utilizado em nenhuma cidade dita moderna, porque atrapalha o trânsito.
Cuiabá tem ainda os "Amarelinhos" que, ao invés de orientar o trânsito, virou uma fabriqueta eficiente de multas, não contestada pelo aecaido deputado Sérgio Ricardo (PR), que se intula o defensor dos motoristas vítimas dos radares. Os "Amarelinhos", se escondem atrás de postes, e não têm dó em encher os seus blocos de multas, às vezes, duvidosas.
No último domingo, estava assistindo Mesa Redonda, da TV Gazeta, quando o apresentado Flávio Prado reclamou das multas que recebia numa avenida que passava diariamente. Não sei quem, lembrou que ele corria demais. "Engraçado - lembrou -, só foi parar de correr que as multas acabaram". Elementar, Watson. Fico imaginando, como pessoas esclarecidas, podem ser "engabeladas" e levadas a votar num demagogo como Sérgio Ricardo, que entende de trânsito como entende de meio ambiente.
Ele pensa que é só catar o lixo do rio Cuiabá e soltar alevinos nos rios que já virou um ambientalista. Aliás, acho que fica bem a sua imagem o título de "lixeiro oficial do rio Cuiabá", com todo o respeito à categoria dos lixeiros, pessoas humildes e importantes para o nosso dia a dia.
De tudo isso, é importante a SMTU deixar de lado a sua política imediatista, atendendo de forma precária os reclamos da população orientada pelas TV's, e estabelecer, de fato, um projeto para melhorar o trânsito de Cuiabá. Não podemos mais ficar no improviso, no paliativo. A avenida das Torres, que foi concebida pelo IPDU, sob comando na época de Raul Spinelli, era para ser uma via rápida e para ser transformada na avenida quebra mola.
