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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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Vereador Ralf Leite encaminha carta e afirma que vai processar PMs por extorsão

O vereador Ralf Leite, do PRTB, que se envolveu em um escândalo com um travesti de 17 anos e chegou a ser preso na última sexta-feira (6). Hoje ele encaminhou uma carta para anunciar que vai processar policias por extorção.


Na carta, ele sustenta que foi vítima dos militares, que teriam armado tudo contra ele por se recusar a pagar propina, no valor de R$ 600.  Desde o primeiro momento em que foi abordado pela imprensa, Ralf denunciou a extorsão. "Vou até o fim para provar minha inocência e resguardar a minha integridade moral", diz o vereador na Carta.

Confira abaixo a carta:

Carta aos cuiabanos e mato-grossenses


Dirijo-me especialmente ao povo cuiabano, que me elegeu vereador, e aos mato-grossenses em geral, pois tenho que dar a todos uma satisfação perante o episódio ocorrido na última sexta-feira (06.02), envolvendo-me moral e politicamente.

Fui acusado de envolvimento com um travesti menor de idade, mas asseguro que essa acusação não corresponde à verdade. Sustento que fui vítima de uma extorsão e não compactuei com ela.

Esta é a verdade:
Exatamente às 3h52 da madrugada da sexta-feira, saí da boate Lótus, onde estava com amigos e minha namorada e em seguida fui deixá-la em casa, na cidade de Várzea Grande. Tenho documentos e testemunhas que confirmam a hora que saí da casa noturna.

Ao regressar, passando próximo ao Aeroporto Marechal Rondon, uma guarnição da PM me abordou, pedindo imediatamente que eu saísse do carro, efetuando em seguida uma busca interna bastante acirrada, levantando bancos, tapetes, revirando tudo. Perguntei ao policial o que estava ocorrendo e eles me disseram para ficar afastado. Protestei e me pediram a carteira de habilitação. Informei que havia deixado o documento no meu carro, pois estava com o veículo do meu primo.

Diante disso um dos policiais falou para eu "cantar a pedra". Pedi para explicar o que significam e o outro policial me disse com todas as letras: "Não se faça de besta. Libera 600 reais aí, ô playboy". Reagi dizendo que era bombeiro militar reformado e vereador de Cuiabá e que não concordava com aquela atitude de dois agentes do Estado, que além de desmoralizar a corporação à qual pertencem, estavam desmoralizando toda a sociedade. Anunciei que iria denunciá-los na Corregedoria.

Os policiais ficaram muito alterados e me levaram para o 4º Batalhão. Depois de algum tempo, os vi abordando uma pessoa que já lá estava e que até então eu não sabia o que era, se era prostituta ou travesti. Foi então que descobri que eles estavam armando para mim e protestei veementemente. Não desacatei as autoridades e sim reagi ao que estavam tramando.

Depois disso fui colocado pelos policiais junto com o travesti num carro da PM e fomos levados para o CISC do Parque do Lago, para prestar esclarecimento ao delegado.

As atitudes dos policias e suas declarações, em contradição com as do travesti, publicadas na Imprensa, confirmam que fui vítima de uma armação, repito, por não compactuar com a extorsão.
Senão, vejamos:
1 – Por que eu fui levando antes para o 4º Batalhão e não conduzido diretamente para o CISC?
2 – Por que os policiais me detiveram irregularmente no Batalhão por cerca de quatro horas antes de me conduzir ao CISC?
3 - Se sai da Lótus oito minutos antes das 4 horas e segui para Várzea Grande, não poderia estar no Posto Zero por volta das 3 horas, com afirmam. Mesmo na madrugada, com pouco movimento, demoraria pelo menos meia hora para chegar e mais meia hora para voltar, somando cerca de uma hora. Portanto, tempo entre a minha saída da boate e a abordagem policial, conforme BO, por volta das 5 horas.
4 – Haveria tempo para abordar o travesti, acertar o programa e manter a relação (sexo oral)?
5 – Pelas matérias veiculadas, o travesti fala uma coisa e os policiais, outra. Como, por exemplo, a versão dos policias de que quando me abordaram estava fazendo sexo oral. O travesti diz o contrário, que não havia iniciado a relação por que houve antes a abordagem dos policiais.
6 – Num momento o travesti afirma que eu estava de short, em outro, que estava de calças.
7 – Os policiais alegam que o travesti tem 17 anos, mas não mostraram documentação e o liberaram sem que meus advogados pudessem conferir essa informação.
8 – O travesti diz que era o último programa que estava sendo feito e, no entanto, mostrou apenas 30 reais na bolsa.

Esses fatos me conduzem a acreditar que o travesti está sendo usado para me prejudicar. Diante da minha reação contrária à ilegalidade dos que me abordaram, estou sofrendo uma ação nefasta a qual muitos cidadãos de bem sofrem por causa de alguns maus policiais.

Reafirmo que não compactuo com a extorsão nem com qualquer outro tipo de corrupção. Nunca paguei e nunca vou pagar propina, muito menos para a Polícia ou qualquer agente público. Outras pessoas se submeteram a isso para não sofrerem as represálias que costumam advir de alguns maus polícias.

Quantos casos dessa natureza temos conhecimento? Quantos casos são ventilados e até chegam à Imprensa, mas que a sociedade não fica sabendo porque as vítimas têm medo de denunciar, de sofrer ações do tipo que estou sofrendo e até piores, como a prisão ilegal, a tortura e até a morte?

Então, meus concidadãos cuiabanos e mato-grossenses, a minha vida está aqui exposta da forma mais vexatória, mais desmoralizante, mais cruel. Sou um jovem vereador, o mais jovem desta atual legislatura, me elegi pelo respeito adquirido graças à minha militância política e comunitária. E de repente sou exposto pela reação dos que se consideram com poder suficiente para submeter as pessoas aos seus desmandos.

Informo que irei processar os dois policiais militares pela prática de extorsão e pela violência e abuso de autoridade praticados contra a minha pessoa. Vou até o fim para provar a minha inocência e resguardar a minha integridade moral.

Faço questão de ressaltar que considero estas atitudes isoladas de dois maus policiais. Lamento que alguns de seus comandantes tenham tomado as suas dores, conduzidos por um nefasto corporativismo, que descarta qualquer prerrogativa do cidadão.

Confirmo meu respeito pela Polícia Militar, pelo Corpo de Bombeiros Militar, ao qual tive a honra de pertencer, e a todo o aparelho da segurança pública do Estado. No entanto, nós, cidadãos, não podemos nos calar diante das arbitrariedades, das falsas acusações e alegações e das manipulações de provas que são atitudes próprias de criminosos covardes, que se escondem debaixo da farda da nossa gloriosa Polícia Militar.


Ralf Leite
Vereador por Cuiabá
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