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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Brasileiros esperam até dois anos por cirurgia de próstata pelo SUS

Quem precisa de um atendimento médico tem pressa. Mas o que se vê, em todo o país, é fila e angústia. Milhares de brasileiros têm esperado até dois anos para se submeter a uma cirurgia de próstata pelo SUS. 



Mais de 15 meses de uma vida limitada. Foi quando o aposentado Francisco Martins Filho recebeu um encaminhamento de emergência para colocação de uma sonda: "É dor demais, o pé da barriga ninguém pode tocar, não pode nada, a urina fica toda presa"

Com a próstata quase três vezes maior que o normal, a cirurgia foi marcada para janeiro do ano passado e remarcada sem sucesso outras duas vezes sempre pelo mesmo motivo.

"Quando chegamos o nome dele estava na frente, que a moça disse, mas tinham botado mais nove na frente dele", explica a dona-de-casa Maria José de Sousa.

Só em um hospital, 540 pacientes da urologia estão na fila de espera por uma operação. Os casos de câncer têm prioridade, mas, em outros, a demora para a cirurgia pode chegar a dois anos.

"Passou para oito meses agora que eu estou lutando para ver se eu consigo", conta o agricultor Luiz Romão da Silva.

Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, não há condições de atender o grande número de pacientes. Em Fortaleza, por exemplo, apenas três hospitais oferecem tratamentos urológicos. Em todo o Ceará só há 80 urologistas.

Além disso, faltam equipamentos que permitem a cirurgia por endoscopia: ela utiliza um cano muito fino que é introduzido na uretra, o canal da urina, e permite a retirada da próstata aos pedaços. Sem a necessidade de corte no paciente, a recuperação tem um prazo máximo de dois dias, bem menos que os pacientes da cirurgia convencional.

Seu José precisou se afastar do trabalho para esperar a cirurgia: “Quanto mais rápido fosse, melhor seria para qualquer paciente”, comenta.

"Quanto mais tempo ele esperar, pior vai ser. Tem consequências de infecções, de obstrução da sonda, de sangramento, o risco de uma septicemia e até pode levar à morte", alerta o presidente da Sociedade Brasileira de urologia (CE) Sálvio Pinto.

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