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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Lipoaspiração lidera processos contra médicos em SP

A lipoaspiração, cirurgia plástica mais realizada no país, é a que lidera o número de processos ético-profissionais contra médicos da área estética, segundo levantamento do Cremesp (Conselho Regional de Medicina), feito entre 2001 e 2008. De 289 processos --que apuram de reclamações sobre propagandas e resultados de cirurgias até mortes de pacientes--, 33,5% se referem à lipo.


A morte da recepcionista Regiane Aparecida Bauer, 27, ocorrida no sábado, passou a engrossar as estatísticas do Cremesp. O conselho abriu uma sindicância para apurar as circunstâncias que levaram Regiane a sofrer uma parada cardiorrespiratória duas horas após o início da cirurgia.

O prontuário da clínica mostra que os médicos já haviam aspirado a gordura do abdome e, quando se preparavam para começar a cirurgia nas costas, a jovem teve uma parada cardiorrespiratória súbita.

A suspeita dos médicos é que a mulher tenha sofrido uma embolia gordurosa pulmonar --quando uma placa de gordura ou coágulo de sangue se desloca e vai parar no pulmão, obstruindo a artéria pulmonar.

"A grande maioria complicações e mortes durante a lipoaspiração é por embolia pulmonar. As pacientes precisam saber que há complicações sérias na lipo e tomar as precauções. Precisam ter referências do profissional e do local onde serão operadas, não podem se iludir apenas pelo preço barato", alerta Renato Azevedo Júnior, vice-presidente do Cremesp.

Além da embolia pulmonar, podem ocorrer outros problemas sérios durante uma lipo, como intoxicações pela anestesia e perfurações viscerais. Medicações como a vitamina E, o ginseng e a gincobiloba também podem interferir na coagulação do sangue e causar sangramentos excessivos.

Risco de morte
Não há um consenso sobre o índice de mortes envolvidas nas lipoaspirações. Uma publicação da FDA (agência americana reguladora de medicamentos), por exemplo, diz que são esperadas três mortes a cada 100 mil cirurgias.

Por essa estimativa, o Brasil, segundo maior mercado mundial das cirurgias plásticas, estaria dentro da média. São realizadas no país em média 200 mil lipoaspirações por ano. Em 2008, ocorreram ao menos seis mortes durante essas cirurgias.

"A incidência de óbitos é muito baixa e, quando ocorre, é por excesso de remoção de gordura ou por imperícia de cirurgiões despreparados. A lipoaspiração é perigosa se esses preceitos não forem seguidos", afirma João de Moraes Prado Neto, presidente da regional paulista da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica).

Para o cirurgião plástico José Teixeira Gama, diretor da SBCP, a falta de especialização médica e a realização da cirurgia em locais inadequados são os principais fatores implicados nas mortes por lipo.

"Não é chegar no primeiro, que é baratinho e que divide em 36 vezes. A pessoa tem que se certificar se o médico é especialista em cirurgia plástica e se a cirurgia será feita em local seguro e adequado", orienta.

Apenas seis dos 289 médicos processados no Cremesp tinham título de especialista em cirurgia plástica.
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