Sem parentes, o deputado Clodovil Hernandes, enterrado nesta quarta-feira (18), deixou oito cachorros. Eles devem ser doados para amigos próximos, de acordo com o chefe-de-gabinete, Maurício Petiz.

De acordo com Petiz, que disse ainda não ter tido “cabeça para pensar” no destino dos animais, vários amigos já se mostraram interessados em adotar os animais. A cachorrinha Castanhola, da raça pug, que morava em Brasília com Clodovil e era sua favorita, é a mais disputada. “Todo mundo quer essa cachorrinha”, diz.

Petiz afirmou que Clodovil gostava de dizer que Castanhola havia salvado sua vida. Segundo ele, o funcionário que encontrou Clodovil caído só entrou no quarto porque estava na hora de dar o remédio de Castanhola, que dormia com ele.

Clodovil tinha ainda outros quatro cachorros da mesma raça em Ubatuba, além de três pastores alemães. Esses animais também devem ser doados.

Em entrevista ao G1, a advogada Maria Hebe Pereira de Queiroz disse que pediu para que os cachorros fossem bem assistidos. "Pedi para o dr. Paulo (caseiro que cuida do imóvel) fechar bem o imóvel e não deixar ninguém entrar. Pedi para que ele cuidasse dos cachorros, o Clodovil gostava muito dos cachorros."

A advogada afirmou que conhece Clodovil desde 2004 e que ele não tinha nenhum parente. Ela é a testamenteira dele, ou seja, responsável por executar todas os desejos manifestados por ele no testamento.

Morte

O parlamentar sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) e foi encontrado caído ao lado da cama na segunda-feira (16). Na terça-feira (17), ele passou por exames, e às 15h45 morte cerebral foi constatada pelos médicos.

Mesmo assim, ele foi mantido vivo por equipamentos e medicamentos para que fosse avaliada a possibilidade de doação de órgãos. Entretanto, às 18h50, de terça, ele teve uma parada cardíaca e morreu. Nenhum órgão pôde ser doado.