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Sábado, 20 de abril de 2024

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Battisti se diz abalado e reitera sua inocência de assasinatos na Itália

Em carta escrita de próprio punho, o escritor italiano e ex-ativista político Cesare Battisti reiterou hoje (30) não ter cometido ou ordenado assassinatos em seu país. Ele se disse também abalado emocionalmente por continuar preso na penitenciária da Papuda, no Distrito Federal, após ter sido beneficiado pelo refúgio político concedido em ato unilateral do ministro da Justiça, Tarso Genro.


O Supremo Tribunal Federal (STF) ainda analisará a possível extinção do processo de extradição movido pelo governo italiano – assunto que provocou uma crise diplomática entre Brasil e Itália.

“Reafirmo minha condição de perseguido político. Não sou responsável por nenhuma das mortes de que me acusam e sei que a dor que elas causaram é imensa ainda hoje”, afirmou Battisti , em referência às mortes dos agentes policias Andrea Campagna e Mares Santoro, em abril de 1979, do açougueiro Lino Sabadia e do joalheiro Alberto Torregiani, em dezembro do mesmo ano. Julgado à revelia, Battisti foi condenado na Itália à prisão perpétua pelos crimes, com base em depoimentos de pelo menos dez pessoas beneficiadas pelo instituto da delação premiada, ex- militantes da esquerda radical italiana.

Na carta entregue pelo advogado Fábio Altinoro à Agência Brasil e a outros cinco veículos da imprensa nacional e italiana, Battisti alegou mal-estar para se recusar momentaneamente a conceder entrevistas aos jornalistas que, na última quarta-feira (28), tinham obtido do ministro do STF, Cezar Peluso, relator do processo de extradição, autorização de entrada na Papuda. A defesa do escritor teve desde então comportamento hesitante referente às providências necessárias para a entrevista. O escritor no entanto conversou com a equipe da revista ISTOÉ, que tinha autorização desde dezembro. Aos demais, o próprio Battisti prometeu atender nos próximos dias, no momento em que se sentir melhor.

“Desde que soube da concessão do refúgio político no Brasil e sigo preso, a ansiedade, a tensão e o nervosismo me acompanham”, disse Battisti. “Mas, agora, não me sinto bem para atender a todos os jornalistas que me procuram. Nem mesmo consigo me concentrar no livro que estou escrevendo”, acrescentou.

A renomada escritora francesa Fred Vargas, que esteve hoje com Battisti, disse que ele se chateou com notícias publicadas em que é tachado de terrorista e que o apontam como o autor dos disparos contra o joalheiro Torregiani. Na carta, Battisti nomeia aqueles que, segundo ele, seriam os verdadeiros responsáveis: “Memeo, Fatone, Masala e Grimaldi, todos colobaradores da Justiça arrependidos”. Em relação ao tiro que deixou paraplégico o filho de Toorregiani, Battisti diz que partiu do revólver do próprio pai.

Enquanto Battisti se recusa a conceder entrevistas, crescem especulações e dúvidas a respeito de muitos fatos que cercam sua história. Na entrevista à revista ISTOÉ, ele admitiu ter sido ajudado por integrantes do serviço secreto francês ao deixar aquele país rumo ao Brasil, em 2004, colocando o governo francês em situação desconfortável.

Outro ponto a ser esclarecido diz respeito ao pagamento dos advogados que respondem pela defesa do escritor. O principal é Luiz Eduardo Greenhalgh, ex-deputado federal pelo PT, e que também presta serviços ao banqueiro Daniel Dantas. Questionada hoje se contribuiria para tal pagamento, a escritora Fred Vargas consultou o advogado Fábio Altinoro sobre o que poderia dizer. O advogado tomou a palavra e afirmou que a defesa será paga com recursos do próprio Battisti, fruto dos direitos autorais sobre seus livros.

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