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Sexta-feira, 29 de março de 2024

Notícias | Economia

Crise nos EUA afeta todos os setores da economia, diz Casa Branca

A crise nos EUA, que tem suas raízes no mercado imobiliário, agora afeta todos os setores da atividade econômica do país, disse nesta sexta-feira a chefe do Conselho de Consultores Econômicos da Casa Branca, Christina Romer, comentando a retração de 3,8% no PIB (Produto Interno Bruto) do país no trimestre passado. Trata-se do pior desempenho trimestral desde o período de janeiro a março de 1982, quando a economia caiu mais de 6% --á época, como agora, o país estava em uma recessão.


Segundo ela, uma ação imediata é necessária para reforçar a demanda no país, a fim de reativar a economia. "Esse declínio generalizado enfatiza o fato de que os problemas que começaram no nosso mercado doméstico e financeiro se espalharam para praticamente todas as áreas da economia", disse. "Uma ação imediata para apoiar tanto o setor financeiro como a demanda em geral é essencial."

O reflexo do desempenho fraco da economia americana se vê no movimento fraco dos mercados financeiros mundiais. A Bolsa de Valores de Nova York, depois de abrir com ligeira alta, passou a cair: o índice Dow Jones Industrial Average tinha baixa de 1,53% às 14h26 (em Brasília), indo para 8.024,44 pontos, enquanto o S&P 500 caía 1,79%, indo para 830 pontos. A Bolsa Nasdaq operava em baixa de 1,71%, indo para 1.482,08 pontos.

Na Europa o indicador dividiu inicialmente os investidores, mas as Bolsas passaram a cair pouco depois do anúncio. Às 14h12 (em Brasília), a Bolsa de Londres caía 1,22%; a de Paris, 1,41%; e a de Frankfurt, 2,05%. No Brasil, o Ibovespa tem ligeira queda de 1,26%.

"A maior parte dos principais componentes contribuíram para uma queda muito maior do PIB no quarto trimestre do que no terceiro", informou o Departamento do Comércio, em um comunicado.

As exportações de bens e serviços, segundo o departamento, foram o fator que mais pesou no desempenho da economia no trimestre passado, com uma queda de 19,7%, contra uma alota de 3% um trimestre antes. Já as importações caíram 15,7%, contra queda de 3,5% entre julho e setembro.

Os gastos dos consumidores, por sua vez, tiveram uma queda de 3,5% no trimestre passado, contra uma queda de 3,8% um trimestre antes. os gastos com bens duráveis (com durabilidade mínima prevista de três anos) tiveram queda de 22,4%, enquanto no terceiro trimestre a queda havia sido de 14,8%. Já os gastos com bens não-duráveis (como alimentos e vestuário) caíram 7,1%, mesma queda observada entre julho e setembro.

Os gastos com serviços, por sua vez, cresceram 1,7%, contra uma ligeira retração de 0,1% no terceiro trimestre. As vendas de computadores ficaram praticamente estáveis, mas as de veículos caíra 2,04%.

Recessão
No mês passado, o Nber (Escritório Nacional de Pesquisa Econômica, na sigla em inglês) havia informado que o país já está em recessão desde dezembro de 2007 --o Nber é um dos principais institutos de economia dos EUA e responsável por avaliar quando o país está oficialmente em recessão ou não e quando esta acabou.

O instituto define recessão como um significativo declínio na atividade econômica difundido pela economia como um todo e que costuma durar mais que alguns poucos meses: ela começa quando a economia atinge um pico do ciclo econômico e termina quando atinge o ponto mais baixo. Entre esse ponto e o pico, a economia registra expansão.

O comitê determinou que um pico na economia dos EUA ocorreu em dezembro de 2007. O pico marcou o fim do ciclo de expansão começado em novembro de 2001 e o início da recessão.

A economia americana apresenta dia a dia sinais de que a atividade no país vem caindo em ritmo acelerado. A taxa de desemprego no país em dezembro atingiu 7,2%, a maior desde 1993. Vendas no varejo, produção industrial e confiança do consumidor, todos atingiram patamares baixos, em alguns casos, uma baixa recorde.

O "Livro Bege", documento com dados econômicos coletados nas 12 divisões regionais do Federal Reserve (Fed, o BC americano), divulgado no último dia 14, mostrou essa deterioração e não aponta perspectivas de melhora para este início de ano. "A atividade econômica continuou a enfraquecer em quase todos os distritos do Fed", diz o documento.

Pacotes
Foi com o objetivo de tirar a economia americana do estado de semiparalisia em que se encontra que o governo já preparou ajudas que, somadas, passam de US$ 1 trilhão. Em outubro do ano passado o Congresso aprovou um pacote de US$ 700 bilhões, proposto pelo então secretário do Tesouro, Henry Paulson, para salvar bancos com problemas devido à posse de papéis lastreados em hipotecas "subprime" (de maior risco).

Na última quarta-feira (28), a Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados) aprovou o pacote proposto pelo presidente americano, Barack Obama, para tentar tirar o país da recessão em que se encontra desde 2007. O pacote aprovado ficou em US$ 819 bilhões, pouco abaixo dos US$ 825 bilhões proposto inicialmente.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, elogiou a Câmara pela aprovação do pacote e afirmou estar confiante que o Senado adotará a mesma postura. Obama ressaltou que o mais importante é que "esse plano de recuperação vai salvar ou criar mais de três milhões de empregos nos próximos anos".
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