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Sexta-feira, 29 de março de 2024

Notícias | Economia

Para Miguel Jorge, há espaço para maior redução dos juros

"Há espaço para mais redução de juros”, considerou hoje (22) o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, ao comentar a decisão tomada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, na noite de ontem, de reduzir em um ponto percentual a taxa básica de juros (Selic). "Os dados são muito claros. Há espaço para uma redução maior. Estamos com a inflação sob controle”, destacou o ministro.


A decisão, de acordo com o ministro, poderia ter sido tomada há um mês, quando o Copom optou por manter a taxa em 13,75% ao ano. “A redução foi importante. Alguma coisa poderia ter sido feita antes, talvez em dezembro, mas foi importante essa redução e acho que vai ter um efeito psicológico grande. Imagino que devem ocorrer outras reduções”, disse o ministro.

Miguel Jorge ressaltou, no entanto, que o efeito da decisão do Copom sobre a economia será pequeno, caso os bancos não tomem a decisão reduzir o spread (diferença entre o preço de compra e venda da mesma ação, título ou transação monetária).

Essa diferença vem preocupando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que realizou hoje uma reunião com presidentes de bancos públicos. Lula, na semana passada, se assustou com o valor do spread praticado inclusive por bancos públicos. Na última semana de dezembro, por exemplo, o Banco do Brasil chegou a registrar um spread de 25,9%, enquanto alguns bancos privados tinham spread de 11%.

“A redução dos juros terá um efeito menor na economia, se não houver uma redução substancial no spread que estão cobrando hoje. Certamente o spread tem um efeito mais perverso para o crédito hoje que o da alta taxa de juros. Todo mundo tem que participar desse esforço de manter a economia funcionando bem nesse momento que estamos vivendo”, comentou o ministro.

Nesse campo de redução do spread, o governo na avaliação de Miguel Jorge, tem muitas condições de pressionar para baixar a diferença. “Tem-se grande parte do sistema financeiro com os bancos oficiais, que possuem 40% desse processo. Com isso, o governo tem uma alavanca importante para atuar. Os bancos oficiais também têm um spread relativamente alto, que chamou a atenção do próprio presidente”, destacou.

Miguel Jorge ainda rebateu críticas de economistas, que apostam em um crescimento pífio da economia brasileira em 2009. “O que o governo tem é um objetivo de crescimento da economia de 4%. Acho que é factível, desde que se faça o trabalho de casa com muita eficiência, com muita seriedade e que o governo aplique realmente as medidas necessárias na hora certa, no tempo certo, nos setores certos. Nós podemos fazer isso”, disse o ministro.

“Temos várias piadas sobre economistas e suas previsões, mas temos um fato agora, a redução em um ponto percentual na taxa de juros, que aconteceu ontem e que nenhum economista foi capaz de prever. Tem muito achômetro, tem muito chutômetro. Portanto, para mim, tanto vale falar 2%, falar 8%, ou qualquer outro número. Não há base muito sólida para se fazer previsões”, destacou.

O ministro lembrou que só crescimento de 5% registrado em 2008 já é capaz de produzir um efeito de crescimento no ano seguinte, no caso, em 2009. É o chamado efeito carry over. “Eu não sei em que escola esses economistas, que apostam em 2%, estudaram, porque todos nós sabemos que, ao se ter um crescimento de 5%, como tivemos em 2008, existe um carregamento para o ano seguinte, que vai levar inevitavelmente a um crescimento de 2% a 1,8% de crescimento no ano seguinte”, destacou o ministro.
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