A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) recuperou terreno na jornada desta quarta-feira, pegando "carona" no dia positivo visto nas Bolsas americanas. Os investidores voltaram às compras, no entanto, sem convicção como indica o giro ainda baixo de negócios no mercado brasileiro. O pregão também foi marcado pela expectativa em torno do Copom (Comitê de Política Monetária), que anuncia nas próximas horas a nova taxa básica de juros do país (13,75% ao ano). O câmbio recuou para R$ 2,35.
Em Nova York (Nymex), a cotação do barril de petróleo subiu 6,6%, para US$ 43,55 na jornada de hoje. A valorização dos preços da commodity, em geral, contribui para a alta dos papéis da Petrobras. A ação preferencial da petrolífera disparou 5,20% no pregão desta quarta-feira, movimentando sozinha R$ 504 milhões.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa, avançou 3,41% no fechamento, aos 38.542 pontos. O giro financeiro foi de R$ 3,47 bilhões, ainda baixo da média de 2008 (R$ 5,2 bilhões/dia). Nos EUA, a Bolsa de Nova York, que ainda opera, sobe 2,47%.
O dólar comercial foi negociado por R$ 2,352 na venda, o que significa um declínio de 0,84%. A taxa de risco-país marca 439 pontos, número 3,09% abaixo da pontuação anterior.
Entre as principais notícias do dia, a General Motors comunicou que as vendas em 2008 caíram 10,8% na comparação com o exercício anterior. O resultado confere a liderança do setor automobilístico mundial para a rival japonesa, Toyota Motor.
O Bank of New York Mellon reportou um lucro de US$ 61 milhões no quarto trimestre do ano passado, uma queda de 88% em relação ao resultado obtido no mesmo trimestre de 2007 (US$ 520 milhões). O lucro por ação caiu para US$ 0,05, contra US$ 0,61 no quarto trimestre de 2007. O resultado é muito pior que o esperado pelos analistas, que previam um lucro de US$ 0,69 por ação.
Ainda no front externo, o governo alemão estimou que a economia nacional deve sofrer uma contração de 2,25% em 2009. Em 2008, a Alemanha estima que o PIB (Produto Interno Bruto) tenha crescido somente 1,3%.
No rol das principais notícias domésticas, a FGV (Fundação Getulio Vargas) informou que a segunda estimativa do IGP-M aponta para uma deflação de 0,58% em janeiro.
Copom
"Vai ser difícil o Copom reduzir os juros em menos de 0,75 ponto percentual. A queda [no nível de atividade] foi muito rápida", avalia o economista da corretora Geração Futuro, Gustav Penna Dorski. "O quarto trimestre de 2008 deve ser negativo [contração do PIB] e há grandes chances do primeiro trimestre ser negativo também", acrescenta.
O economista comenta que, embora haja repasse da inflação de preços administrados de 2008 para 2009, os chamados "preços livres" (determinados pela demanda) estão em queda. "Eu acho se o Comitê cortar 0,75 ponto desta vez, deve cortar mais 0,75 ponto nas duas próximas reuniões e depois mantém para avaliar a situação", complementa. "Se cortar 1 ponto hoje, na próxima reunião são grandes as chances do próximo corte ser também de 1 ponto, só que o ciclo de cortes acaba mais rápido".
