O agravamento da queda da atividade industrial no mês novembro de 2008 pode ser um indicativo de que o Brasil deve crescer menos do que o previsto, na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Apesar de o gerente-executivo da unidade de política econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, ter afirmado hoje (20) que a projeção de crescimento de 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2009 ainda não ter sido revista, ele acredita que se o governo não fizer “o dever de casa” o crescimento do PIB pode ser bem menor.

“Ainda não procedemos a nossa revisão. Fizemos uma [projeção] em dezembro, de 2,4% para 2009, e os dados de hoje sinalizariam um quadro um pouco pior daquele que imaginávamos quando fizemos a projeção”, disse Castelo Branco.

Ele ponderou, no entanto, que o ajuste do PIB pode “estar concentrado no tempo nesses meses [de crise] e menos intenso no primeiro semestre de 2009”. O economista disse que é preciso aguardar para saber como será a reação da economia às decisões que serão tomadas internamente, bem como no cenário internacional.

“Acho que podemos ter uma expectativa mais otimista de que o primeiro semestre seja um período de ajuste e o segundo já mostre um certa recuperação”, disse Castelo Branco, reforçando que essa recuperação está associada à tomada de novas medidas de política econômica, como a redução da taxa básica de juros (Selic).