Olhar Direto

Sexta-feira, 29 de março de 2024

Notícias | Economia

Crise financeira provoca turbulência e leva à lona empresas tradicionais

Depois de um ano de fortes turbulências, 2009 começou com uma relativa calmaria no cenário econômico. Com a ajuda dos governos de boa parte do mundo – que injetaram mais de US$ 1 trilhão nos mercados – a parte mais aguda da crise financeira foi detida.


A contagem das "vítimas", no entanto, segue crescendo – entre elas, algumas das maiores e mais tradicionais empresas do mundo. 

E com a previsão do Fundo Monetário Internacional de que as economias desenvolvidas encolham em 0,3% este ano, pode não terminar tão cedo. 

Só nos Estados Unidos, quase 65 mil pedidos de proteção à lei de falências foram feitos no ano passado – uma alta de cerca de 50% na comparação com o ano anterior, segundo levantamento da Aacer, consultoria norte-americana especializada em falências.

Na Grã-Bretanha, só nos três primeiros trimestres de 2008, mais de 11 mil empresas foram liquidadas, de acordo com dados oficiais do Serviço de Insolvência do governo.

Nessa lista, aparecem empresas que conseguiram resistir bravamente à Grande Depressão que se seguiu à quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929 – mas que sucumbiram ao encolhimento do crédito provocado pela crise financeira, levando consigo centenas de milhares de empregos. 

Setores

Com o "espalhamento" da crise, o setor financeiro, varejo e indústria sofrem.



"Os bancos tiveram prejuízos com títulos podres e letras hipotecárias", explica Douglas Renato Pinheiro, coordenador do curso de administração das Faculdades Integradas Rio Branco.

Essas instituições detinham títulos lastreados no crédito imobiliário norte-americano, que perderam valor quando os tomadores de empréstimo deixaram de pagar suas dívidas.

José Eduardo Balian, professor de economia da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), ressalta ainda o efeito da falta de confiança sobre as instituições financeiras.

"Se as pessoas ficam com medo de que o banco vai quebrar, elas não só não depositam como retiram o dinheiro que têm. E se há uma corrida parar tirar esse dinheiro, aí é que ele quebra mesmo", diz.

Com os bancos abalados, a falta de crédito espalhou seus efeitos pelos demais setores da economia.

"No caso das empresas exportadoras, elas precisam de crédito para adiantar o que vão receber lá na frente. Quando as instituições financeiras pararam de dar crédito, elas não conseguiram manter o volume de vendas, de exportação. A empresa que pegou essa fase endividada ficou a um passo da quebradeira", aponta Balian.

No varejo, a restrição de crédito atingiu as empresas pelo lado do consumidor.

"O consumidor precisa de crédito para comprar a mercadoria. E os bancos, com a crise, seguraram o dinheiro, com medo de se emprestar e não receber", explica Pinheiro.

Com vendas reduzidas, muitas varejistas entraram em uma espiral de prejuízos, culminando em sua falência.

"E sem emprego, não tem renda, sem renda, não tem consumo, sem consumo, não tem produção, e assim vai, afeta todo mundo", conclui o professor das Faculdades Rio Branco.









Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 
xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet