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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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Pais não devem mentir sobre tragédias, como o caso Isabella

Fatos trágicos sempre fizeram parte da história da humanidade. Guerras, mortes, assassinatos, sequestros, tetos que desabam, aviões que caem... E tantos outros que perdemos a conta. Ano passado, fomos surpreendidos pelo triste acontecimento da menina Isabella. Triste e inconcebível. O pai e a madrasta são acusados pela morte da menina.


Acontecimentos assim chocam a todos. Não compreendemos e não aceitamos. Parecem ir contra a ordem das coisas. Um pai deve proteger sua filha e não ser seu algoz. As pessoas deveriam se unir para um bem comum, não para destruir umas as outras. Principalmente, por algo que muitas vezes é alheio a elas, como nas guerras. Porém, esses acontecimentos existem e sempre vão existir.

Essas tristes notícias têm chegado para nós quase que em tempo real. A televisão, o rádio e a internet têm a possibilidade de nos informar rapidamente. Muitos momentos do caso Eloá acompanhamos ao vivo. O jornal impresso é um pouco mais demorado, mas entra em nossas casas e permanece lá por ao menos um dia, com suas fotos.

E, com isso, não só os adultos se informam, as crianças também. E não só pelos meios de comunicação, mas por toda uma rede de comentários que se forma entre as pessoas. Ao falarem sobre o assunto, buscam compreendê-lo melhor.

Se para os adultos traz confusão essas histórias, para as crianças as coisas ficam mais atrapalhadas ainda. Muitos de nós são surpreendidos por questionamentos vindo delas referentes a tais fatos. Outro dia, uma garotinha de quatro anos me perguntou sobre a morte de crianças na guerra. Havia visto uma foto no jornal de uma menina ferida. E, como elas andam cada vez mais sabidinhas, não foi difícil para ela juntar as informações.

Caso Isabella
Na época do caso Isabella, muitas crianças ficaram assustadas com a história. E indagaram sobre um pai matar sua filha. Ou se não perguntavam diretamente, chegavam a afirmar que pais matam filhos.

É assustador para todos. E não tem muito jeito de as crianças não saberem. Em todos os lugares, os fatos são comentados. Uma hora ou outra, ficarão a par do assunto. Sorte daquelas que perguntam e tentam tirar suas dúvidas. Assim, podem ter uma possibilidade maior de elaborarem essas tragédias.

No entanto, cria-se uma saia justa para os adultos. O que dizer que vá ao encontro da necessidade da criança, sem cultivar mais fantasias sobre o assunto. Ainda mais que nós próprios não temos muito o que dizer.

Verdade
O melhor caminho é nos limitarmos ao que a criança pergunta, indicando que essas coisas acontecem, mas não é comum. Ela própria nos guiará pelos caminhos de sua curiosidade. Diante de seus questionamentos, a verdade deve imperar, mas de maneira branda. Caso contrário, corre-se o risco de deixá-la mais amedrontada. Se inventarmos histórias para florear, ela pode se deparar com a verdade e ser mais duro para ela. Afinal, não pode confiar nos adultos que a cercam.

As escolas também podem fazer isso. Não como projeto. Cada professor pode sentir sua turminha. Se eles trouxerem o assunto, poderá haver um espaço para discussão. Algumas distorções podem ser desfeitas, assim como muitas fantasias criadas. Uma criança pode ajudar a outra no entendimento, mediadas pelo professor.

Têm crianças que não se interessam pelo assunto. E há outras que não perguntam, mas estão cheias de dúvidas. Não se arriscam a perguntar de tão assustadas. Pelo comportamento, às vezes dão dicas de seu sofrimento. Com calma e jeito, pode-se ir perguntando a elas se estão preocupadas com algo. Se não disserem nada, podemos ser mais objetivos e questionarmos diretamente. Cria-se um espaço para conversa

Claro que ninguém vai mudar a realidade dos fatos com isso. Mas podemos facilitar que os pequenos pensem nessas coisas com menos fantasmas. Esses estão sempre à solta na nossa mente. Com dados da realidade, eles se tornam menos assustadores. Essas coisas, infelizmente, acontecem.
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