“25 anos de rock”. Este é o nome da turnê que reunirá os Titãs e os Paralamas do Sucesso em Cuiabá, no Centro de Eventos Pantanal, no próximo sábado, 21.
Os Paralamas do Sucesso (Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone) e os Titãs (Branco Mello, Charles Gavin, Paulo Miklos, Sérgio Britto e Tony Bellotto) se juntaram para uma turnê comemorativa dos 25 Anos de Rock das bandas.
“As duas bandas sempre tiveram afinidade também extra-musical", diz Branco Mello. "A gente sempre bateu bola. Eu subia na bateria do Charles e tocava sem cerimônia. Ia lá e descia a botina. O Herbert já arrebentou muita corda de guitarra do Fromer", afirma Barone.
Os integrantes das duas bandas, no entanto, chutam para o alto o rótulo de revival que o encontro pode ter. "Estamos saboreando mais o encontro musical, a maturidade dá barato", brinca Mello.
A idéia não é nova: em 1992, os dois grupos fecharam a última noite do Hollywood Rock, no que Herbert Vianna considerou um dia histórico, já que não é muito comum que bandas brasileiras encerrem grandes festivais no Brasil.
Em 1999, Paralamas e Titãs correram o país patrocinados por uma grande multinacional. A turnê virou disco e estreitou ainda mais os laços das duas bandas. "A gente sempre competiu, no melhor sentido da palavra. Sempre fomos referência um para o outro", diz Paulo Milkos.
Depois de um mês de ensaio, as duas bandas já têm músicas prontas que serão tocadas juntas, além de músicas que cada uma tocará sozinha, mas com intervenções da outra. Isso quer dizer que um titã pode entrar no meio do set dos Paralamas e vice-versa. Vai ser um showzão de nada menos que aproximadamente 30 músicas.
Sérgio Britto sublinhou o que as duas bandas têm em comum: "O gosto e o conhecimento pela música brasileira, o cuidado pela melodia e pela letra, o gosto pela canção. Temos uma maneira de fazer rock com brasilidade mesmo que isso não apareça todas às vezes".
Diante de uma pergunta sobre a resistência das duas bandas em se manter unidas por um quarto de século, João Barone brincou: "Nós não resistimos, nós insistimos".
Tony Belotto emendou: "Nós resistimos ao próprio mercado. Quando começamos era o vinil, veio o CD e agora estamos vendo o fim do CD e a dissolução da indústria. Mas apesar da turbulência do mercado, as duas bandas têm um mercado sólido de shows, com agendas lotadas. A qualidade do nosso trabalho é o principal fator de permanência".
Charles Gavin reforçou: "Estamos aqui até hoje porque nossas canções são boas. E nossa história é ligada à estrada. Um disco só acontece a cada dois anos, é a estrada e nosso repertório que faz com que a gente permaneça em atividade. Gostamos da estrada e dependemos dela para viver, já estivemos em todos os estados do Brasil, os Paralamas varreram a América Latina. Somos assim e vamos continuar assim sempre".
Serviço
Show 25 Anos Rock – Titãs e Paralamas. Dia 21 de março, sábado, no Centro de Eventos do Pantanal. Ingressos: Lojas Luciula e Casa Prado. Informações: 3623-0000.
