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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Notícias | Meio Ambiente

Fábrica no PA vai transformar serragem em combustível para usinas europeias

Uma empresa holandesa decidiu instalar em Belém (PA) uma fábrica que vai beneficiar o pó-de-serragem produzido pela indústria madeireira local, transformando-o em pellets - pequenas partículas usadas principalmente na Europa como combustível em usinas termoelétricas ou para aquecimento residencial.


“O pellet de madeira é bom para produzir energia porque, ao contrário do gás natural e do petróleo, é neutro em termos de emissões de gases causadores do efeito estufa, já que, ao ser queimado, ele apenas devolve à atmosfera o carbono que a árvore tirou da atmosfera ao crescer”, explica Hans van de Riet, gerente de projetos da VAR do Brasil, subsidiária da holandesa WWR, que atua no ramo de reciclagem de lixo em seu país de origem.

A empresa espera conseguir licença ambiental ainda este ano para, em 2010, mandar o primeiro navio carregado de pellets à Europa. Segundo van de Riet, a expectativa é de que, numa fase inicial, a fábrica no Pará produza 250 mil toneladas do material ao ano. “Para isso vamos ter de recolher 350 mil toneladas de serragem, pois ela contém umidade e passa por um processo de secagem antes de virar pellet”, explica.

Emissão de Metano
No processo de corte da madeira, até 70% das toras vira serragem e outros tipos de detritos. Seu recolhimento é vantajoso porque se simplesmente deixados em pilhas para decomposição, como é prática comum em muitas serrarias, emitem gás metano, mais danoso à atmosfera que o gás carbônico.

Uma das empresas que pretende vender sua serragem para a VAR é a Cikel, que produz tábuas, pisos e madeira compensada. “Atualmente, usamos a serragem para aquecer uma caldeira dentro da nossa fábrica”, explica Wandréia Baitz, gerente de Meio Ambiente da empresa brasileira.

Outro detrito comum na Amazônia e que deve ser transformado em pellets, assim como a serragem, são os caroços de açaí. A demanda pelo combustível renovável deve aumentar na Europa, afirma van de Riet, devido à crise de fornecimento de gás natural oriundo da Rússia. “[Na Europa Ocidental] ninguém quer ficar dependendo só dos russos e ucranianos”, anima-se o holandês. O investimento inicial da VAR no projeto no Pará será de 28 milhões de euros.
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