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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Notícias | Economia

Ministros do G-8 e emergentes analisam em Roma drama social da crise

Os ministros do Trabalho do G-8 e de economias emergentes, entre elas Brasil e México, vão analisar em Roma, a partir de domingo, "as consequências humanas" da atual crise econômica mundial para adotar um "acordo global de proteção social" frente ao desemprego.


"Trata-se de uma cúpula social. Além dos países do G-8 (Itália, Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Japão, Rússia e Estados Unidos), os ministros de China, Índia, Brasil, México, Egito e África do Sul vão participar de alguns debates", anunciou o ministro italiano do Trabalho, Maurizio Sacconi, em entrevista coletiva, nesta sexta-feira.

Na cúpula, cujo lema será "People first - Enfrentar juntos a dimensão humana da crise", também estarão representantes da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

O ministro brasileiro do Trabalho, Carlos Lupi, participará da reunião, que termina na terça.

"People First" é mais do que um slogan, é uma idéia para ressaltar os problemas das pessoas comuns, afirmou Sacconi, acrescentando que "embora a quebra dos bancos seja preocupante, também é preciso mobilizar recursos para as pessoas afetadas pela crise".

A Itália, que preside o G-8, vai propor aos países participantes que se examine um "pacto global de proteção social", que ofereça garantias a todos aqueles que perderam, ou estão para perder seu trabalho, por causa da crise. Segundo a OIT, em 2008, havia mais de 200 milhões de pessoas desempregadas no mundo.

"Estamos diante de uma crise financeira, econômica e social, motivo pelo qual os dirigentes do mundo devem se preparar para enfrentar as três crises ao mesmo tempo", garantiu à AFP o diretor-adjunto da OIT, Philippe Egger.

Ainda de acordo com a organização, a crise vai arrastar mais 51 milhões de pessoas para o desemprego entre 2008 e 2009. As estimativas terão de ser modificadas, porém, devido à recessão (-0,5% a -1%) econômica anunciada pelo FMI.

"O retrocesso da economia modifica, de forma notável, as estimativas sobre desemprego em inúmeros países", advertiu o diretor-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn, na segunda-feira.

Os especialistas do FMI temem ainda um aumento considerável no número de pessoas na miséria, devido à crise: "milhões de pessoas poderão entrar no limiar da pobreza extrema".

Para Strauss-Kahn, a grave situação econômica poderá deflagrar conflitos sociais, alimentar guerras, "ameaçar, inclusive, a democracia e até levar, em alguns casos, à guerra".

O FMI vai propor que se estabeleça uma série de "condições sociais" para obter empréstimos, e que uma parte deles seja usada "para proteger os mais vulneráveis".

O tema social gera divisões entre os dirigentes da União Europeia (UE), que ainda não se posicionaram diante do crescente desemprego nos 27 países do bloco.

Uma manifestação de estudantes, que protestam pelas medidas adotadas até agora para salvar o mundo financeiro, e não o social, foi convocada para sábado na capital italiana, o que alarma as autoridades locais.
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