A próxima edição do festival de música de Sanremo, que será realizado em fevereiro, já está causando polêmica na Itália por causa de um ex-homossexual. Com a música "Luca Era Gay", o cantor Povia está provocando a revolta de entidades gays por dizer que o homossexualismo tem cura. 

Vários coletivos homossexuais já expressaram repúdio ao cantor Povia, que diz ter se "reconvertido". Em entrevista ao periódico italiano "Il Giornale", ele diz que uma pessoa não nasce, mas se torna gay.

"Meus pais se separaram quando eu era pequeno e meu pai saiu de casa. Fiquei sozinho em um ambiente feminino, brincava de boneca. Engana-se quem pensa que uma pessoa nasce gay. Você se apaixona por um homem porque é isso que você gostaria de ser", disse o cantor.

"Os homossexuais vivem um frenético nomadismo sentimental. É compreensível: como qualquer outro, buscam algo diferente de si mesmos. Se encontram no outro apenas algo parecido, a relação não pode ser mais que efêmera e compulsiva. Não pode existir estabilidade e fidelidade no mundo gay", afirma.

Como a própria história que narra na música, o próprio Povia confessa na revista que, após anos se considerando homossexual, se casou com uma mulher, Teresa.

"Para mim, foi um milagre. Durante uma peregrinação, conheci Teresa e, após um ano de namoro, nos casamos", afirma Povia, que justifica o fato de ter abandonado o homossexualismo pela propagação do vírus da Aids entre os gays nas sociedades ocidentais.

Protesto
Os coletivos homossexuais afirmam que a história da canção e, talvez, do próprio músico, são fruto das afirmações do grupo de tratamentos fundado pelo psicólogo americano Joseph Nicolosi.

"Povia é um militante dos grupos de tratamentos reparadores fundado pelo americano Joseph Nicolosi, convencido de que o homossexualismo deve ser curado e de que a relação amorosa entre dois homens é passageira", diz em comunicado de imprensa Aurelio Mancuso, presidente do coletivo Arcigay.

Não é primeira vez que artistas ou obras artísticas causam furor na comunidade gay italiana. No ano passado, entidades reclamaram duramente sobre dois cortes que a Rai, a TV pública na Itália, fez na exibição do filme "Brokeback Mountain", que narra o relacionamento amoroso entre dois cowboys americanos.

Na época, o ativista gay Franco Grillini criticou a TV, dizendo que o filme foi transformado em uma "simples história de amizade entre dois homens", conforme citou a revista francesa "Les Inrockuptibles".

O festival de Sanremo ocorrerá entre 17 e 21 de fevereiro e Povia concorre com músicos renomados da Itália, como Albano e Iva Zanicchi.