As autoridades militares sul-coreanas ordenaram neste sábado um alerta militar em sua fronteira com a Coréia do Norte, depois das ameaças de um "confronto total" lançadas por Pyongyang.
Os chefes do Estado-Maior Conjunto ordenaram intensificar a vigilância da fronteira e reivindicaram vôos de reconhecimento, diante do aumento de aviões-espiões norte-coreanos, disse um porta-voz militar à AFP.
O presidente Lee Myung-Bak foi informado da situação em uma breve reunião de urgência, revelaram funcionários, citados pela agência de notícias Yonhap.
Em um duro comunicado lido por um porta-voz militar, a Coréia do Norte alimentou as tensões fronteiriças entre ambos os países e aumentou os temores de um confronto militar pela disputa que mantêm no Mar Amarelo.
O porta-voz norte-coreano advertiu seu vizinho do sul contra qualquer intrusão de navios sul-coreanos nas águas do norte. Também acusou o presidente Lee de buscar a confrontação, passando por cima da política de reconciliação iniciada após a histórica cúpula entre as duas Coréias, em 2000.
"Agora que o traidor Lee Myung-Bak e seu grupo optaram pela confrontação (...) nossas forças armadas revolucionárias se vêem obrigadas a adotar uma postura de confrontação total para lhes destruir", ameaçou o porta-voz.
Nesse comunicado, o governo alerta ainda que os militares norte-coreanos "protegerão" a fronteira marítima reclamada por Pyongyang no Mar Amarelo, "sempre que existirem intrusões em nossas águas territoriais".
A fronteira entre as duas Coréias no Mar Amarelo foi delimitada, unilateralmente, pela ONU, após a guerra que opôs os dois países entre 1950 e 1953. Pyongyang nunca aceitou essa solução.
As ameaças chegam horas depois de o Ministério das Relações Exteriores da Coréia do Norte ter advertido que seu país poderá conservar sua capacidade nuclear, mesmo após a normalização de relações com os Estados Unidos.