O presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), desembargador José Silvério Gomes, avalia que a greve dos servidores do Judiciário mato-grossense, que durou mais de 100 dias, deverá demorar de quatro a cinco meses para ser recuperada, em Primeira Instância, tendo consequência irreparável aos cidadãos.

Em entrevista ao site Consultor Jurídico, Silvério, que enfrentou uma árdua batalha com a categoria, considerou que o maior desgaste sofrido pela Corte é em relação à sociedade, que paga pelo serviço e não á atendida. Também falou da crise institucional agravada desde que assumiu o comando do órgão, após a aposentadoria compulsória do então presidente, desembargador Mariano Travassos, e de outros nove magistrados, em fevereiro deste ano.

Depois de uma sucessão de fatos negativos, o presidente do TJMT acredita que a crise poderá ser contornada e admite que hoje a imagem da instituição está “arranhada”. “Temporariamente, é certo que a imagem está arranhada, mas com muito trabalho e a demonstração de que a instituição, por seus membros, tudo fará para superar essa realidade”.

Faltando cinco meses para o término de sua gestão, Silvério conta que uma de suas metas antes de deixar o cargo é a implantação do processo judicial eletrônico no Estado. Explicou que, para tanto, firmou convênio com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Os servidores do TJMT já estão em fase de treinamento.

Sobre o impacto do crescimento do agronegócio na Justiça de Mato Grosso na demanda do Judiciário, o magistrado considerou que o crescimento do setor gerou uma ampliação da demanda por serviços judiciários como a necessidade de criação e instalação de comarcas. “Houve acréscimo, mas não representou dificuldades para o Poder Judiciário”, ponderou.