A fé pode não mover montanhas no Ceará, mas leva milhares de peregrinos até montes onde estão as estátuas de "padim Ciço" e São Francisco. Seja em Juazeiro do Norte, onde da serra do Horto sobe alvo o padre Cícero, ou em Canindé, local em que está a imensa imagem do santo dos pobres, o sertão do Ceará é uma das principais rotas religiosas do país.

O seu destino depende da sua crença. Se a fé recai sobre o ?padim', então é necessário se deslocar cerca de 570 km a partir de Fortaleza para visitar não só a estátua, de quase 30 metros de altura, mas também as igrejas e memoriais.

São quatro as datas de maior movimentação: as romarias de março a julho, marcadas pelo nascimento e morte do padre; a primeira quinzena de setembro, festa de Nossa Senhora das Dores; finados, em 2 de novembro; e a romaria de Nossa Senhora das Candeias.

Já em Canindé as atenções se voltam para o santo franciscano, que atrai devotos ao segundo maior pólo religioso do Ceará. A basílica de São Francisco das Chagas, cartão-postal da cidade, a praça do Romeiro com anfiteatro para 110 mil pessoas e a via Sacra, são outros pontos obrigatórios para quem louva o santo.

Não importa qual o destino, a fé impressiona. Mesmo ao longe quando se avista as estátuas, antes de entrar nas cidades, peregrinos pagam suas promessas ou buscam graça pelas estradas. As histórias são tão variadas que ficar parado ali, no asfalto quente do semi-árido, já vale a viagem.