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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Horários críticos podem induzir sono ao volante

A combinação de cansaço e volante, muitas vezes componentes de uma tragédia anunciada, pode ser ainda mais perigosa nos horários em que o organismo trabalha de forma mais lenta. De acordo com especialistas, o sono pode apertar entre 12h30 e 14h e das 22h às 6h. Isso porque, depois do almoço e durante a noite, o organismo produz uma quantidade maior de melatonina, substância que regula o sono.


Um estudo do Centro de Estudos Multidisciplinar em Sonolência e Acidentes da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) afirma ainda que 19 horas de privação de sono equivalem a seis copos de cerveja no caso de um homem de 90 kg. “Os sintomas são bem parecidos: lapsos de atenção e perdas tanto de equilíbrio como de tempo de resposta”, diz a pesquisadora da Unifesp Samantha Lemos Paim. 

O jornalista Nelson Cilo, de 61 anos, sabe bem o que é isso. Preocupado em aproveitar a véspera do Natal de 1997 ao lado da família ele decidiu, mesmo cansado, atravessar de madrugada os cerca de 1.180 quilômetros que separam Belo Horizonte (MG) de Assis (SP). Próximo ao destino final, perdeu a concentração e, quando se deu conta, a estrada havia terminado. “Joguei a direção para a esquerda para desviar de um trevo. O carro capotou e foi parar 50 metros à frente”, relembra. Cilo sofreu apenas escoriações leves, mas aprendeu a lição. “Em viagens muito longas você fica amortecido; não vê a pista, não vê o asfalto. Nos primeiros sintomas, o melhor a fazer é parar”, diz.

Em 2008, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou quase 2.400 acidentes provocados por pessoas que cochilaram ao volante. O cansaço, o álcool e o uso indiscriminado de estimulantes são os grandes vilões desse levantamento. “Uma pesquisa com 400 motoristas profissionais aponta que 55% deles conhecem alguém que cochila ao volante”, diz Samantha.

A experiência na Política Rodoviária Estadual não poupou o analista de sistemas Vinícius Oliveira, 28 anos, de um acidente. “Há uns dois anos deixei o trabalho às 23h e, no dia seguinte, tive que acordar às 4h30 para entrar às 6h. Resultado: no final do dia, dormi ao volante e capotei o carro na Avenida 23 de Maio, em São Paulo, quando voltava para casa. Felizmente não me machuquei, mas tive um belo prejuízo, já que o carro não estava no seguro”.

Para evitar esse tipo de acidente, os especialistas sugerem uma boa noite de sono antes de qualquer viagem. Se o trajeto for longo, o motorista deve procurar alguém que reveze com ele. Parar de tempo em tempo para descansar e se alimentar também é fundamental. “A produtividade cai 50% a partir de nove horas de trabalho sem pausa”, alerta Samantha.
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