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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Filtros: quando é a hora de trocar?

Um motor, basicamente, depende de três “matérias-primas” para funcionar: combustível, ar e óleo lubrificante. E para que esses três componentes estejam em perfeitas condições de pureza ao entrar na câmara de combustão, eles passam por filtros que separam as partículas indesejadas, atuando como uma espécie de sistema imunológico.


Acontece que, embora os filtros de ar, óleo e combustível sejam baratos, descartáveis e rápidos de trocar, muitos proprietários desatentos ou mal instruídos acabam por não respeitar alguns critérios básicos de manutenção, e as dores de cabeça não tardam a aparecer.

Para que você saiba exatamente como deve ser feita a manutenção desses componentes e não se deixe levar por falsos mitos, o Carro Online entrevistou especialistas e fabricantes que explicam para que servem esses componentes e como deve ser a manutenção de cada um deles.

Filtro de óleo

O óleo serve para que as peças metálicas do motor, milimetricamente próximas umas das outras, não se atritem ou se fundam quando em altas temperaturas (daí o termo “fundir o motor”). Mas de acordo com Rodolfo Cafer, da assistência técnica da Mahle, “o lubrificante incorpora partículas que são subprodutos da queima de combustível, que podem travar o movimento das peças ou atrapalhar a combustão”. Por isso, é preciso que elas sejam removidas, e é aí que entra o filtro de óleo.

Com o tempo, os filtros vão entupindo, diminuindo a pressão de óleo dentro do motor e comprometendo a lubrificação. Então é hora de fazer a substituição, sempre junto com a troca de óleo – não a cada duas trocas, como muitos dizem por aí. Por quê? Por dois motivos básicos, explica Cafer. “O óleo novo pode levar para dentro do motor as impurezas que estão no filtro velho, enquanto o filtro velho pode obstruir a passagem de componentes do óleo que não deveriam ser filtrados”.

Mas e o óleo, como saber a hora certa de trocar? O tipo de óleo e o prazo para a troca variam de carro para carro e de fabricante para fabricante, que leva isso em conta ao projetar o motor. Se tomarmos como exemplo dois carros da mesma categoria e marcas diferentes, como o Volkswagen Voyage 2009 e o Fiat Siena Fire 2009, veremos a diferença. No manual do Voyage, recomenda-se que as trocas sejam feitas a cada 10 000 km, e o óleo especificado é o Shell Helix Plus 10W-40. Já o manual do Siena recomenda trocas a cada 15 000 km e utilização do Selènia 10W-40. Por isso, é fundamental seguir sempre as orientações dadas no manual do proprietário.

E respeitar os prazos de troca, tanto do óleo como dos filtros, é fundamental. Ainda mais atualmente, quando o intervalo para substituição ficou mais apertado que no passado, explica Reinaldo Nascimbeni, supervisor de serviços técnicos da Ford. "Antigamente, os períodos de troca eram maiores, mas hoje os motores estão menores e têm menos óleo, por isso os períodos foram reduzidos". Ou seja, o motor funciona com o mínimo necessário para se lubrificar e qualquer atraso na substituição do filtro pode ser fatal.

As conseqüências são várias e todas acabam afetando uma peça importante: o bolso do motorista. O primeiro prejuízo ao se adiar a troca do filtro é o aumento do consumo e do nível de emissões de gases poluentes. O lubrificante com impurezas altera o ponto ideal para a queima do combustível e, como parte dele também é queimada na combustão, todas essas partículas, como as borras, acabam expelidas para fora do veículo.

O óleo mal filtrado também provoca um desgaste prematuro das peças do motor, como pistões, cilindros, anéis, válvulas e mancais. “Uma vez atendi um cliente que teve que trocar o bloco do motor por falha na lubrificação”, lembra Rodolfo Cafer. Essa é uma das piores conseqüências que a troca do filtro pode trazer, e é causada pelo entupimento total das galerias de lubrificação. Então entra em jogo uma questão para se pensar.O bloco de motor de um Fiat Mille Economy, por exemplo, custa R$ 1 800 de acordo com nossa pesquisa em concessionárias, enquanto um filtro de combustível sai, em média, R$ 18. Vale a pena arriscar?

Filtro de ar

O filtro de ar, como faz supor o nome, tem a função de filtrar o ar que vai para o interior do motor, onde é comprimido junto com o combustível nas câmaras de combustão. Ele tem capacidade de “peneirar” partículas de até 5 microns (5 milésimos de milímetro) e fica instalado em um reservatório ao lado do motor.

De acordo com a Mahle, ele deve ser trocado a cada 7 500 km, média calculada da seguinte forma: o filtro é projetado para rodar 5 000 km em condições severas ou 10 000 km em condições intermediárias. O valor indicado é a média desses casos.

E não é só na hora da troca que o proprietário precisa estar atento com o filtro de ar. “O dono do carro deve evitar a atrocidade de limpar a peça com um jato de ar”, recomenda Eliel Rodrigues, supervisor de engenharia da DPaschoal. “A pressão do ar abre a malha de filtragem, diminuindo a capacidade de absorção de impurezas”, explica. Quando se aplica um jato de ar nos filtros, os poros, que antes tinham 5 microns, ficam dilacerados, passando a ter até 100 microns.

O resultado é que o fluxo de ar para dentro do motor se torna muito maior que o ideal, e as impurezas da atmosfera acabam passando impunemente.“Se antes a razão ar/combustível era de 14:1, depois do rompimento do filtro ela passa a ser de até 17:1”, observa Eliel Rodrigues. Porém, quanto mais ar “contaminado” entrar nas câmaras de combustão, maior o consumo de combustível e o nível de emissões. E existem outras consequências. “O entupimento do filtro também pode causar a variação na rotação da marcha lenta”, aponta o engenheiro Valter Nishimoto, da oficina Frison.

Outro ponto importante na hora de substituir o filtro é aspirar os resíduos que restaram no reservatório no momento da troca e não deixar o local aberto por muito tempo, adverte Rodrigo Cafer. “Muitos mecânicos passam só um paninho, que além de não remover as impurezas que ficaram ali, ainda pode soltar mais sujeira, que acaba entrando no motor.”

Filtro de combustível

A gasolina, o álcool ou o diesel que utilizamos são manipulados diversas vezes até chegarem a nossos carros (da refinaria para o caminhão-pipa, do caminhão para o reservatório do posto e das bombas para o tanque do veículo), absorvendo impurezas do ar e dos reservatórios nos quais foram armazenados no percurso. Daí a importância do filtro, que barra essas partículas e impede que comprometam os componentes de injeção, como a bomba de combustível e os bicos injetores, ainda mais delicados.

A troca, como a do filtro de óleo, também é determinada pelo fabricante e varia de acordo com o veículo. Mantendo-se os dois veículos do exemplo da troca de óleo, vê-se a diferença:o Siena Fire 2009 deve trocar o filtro a cada 15 000 km, enquanto o Voyage 2009 deve efetuar a troca a cada 10 000 km. Mais uma vez, isso mostra a importância de seguir as orientações do manual.

O tipo de filtro também varia de acordo com o tipo de combustível utilizado, explica Rodrigo Cafer. Os filtros para gasolina são feitos de alumínio, enquanto os de automóveis a álcool, de plástico, porque o álcool reage com o alumínio e entope a passagem do combustível. Por isso, além das trocas periódicas especificadas no manual do proprietário, recomenda-se substituir imediatamente o filtro em caso de utilização de combustível trocado (álcool gasolina ou vice-versa, como é mais comum) ou adulterado.

Em todos os casos, porém, o mais indicado é sempre seguir a recomendação dos manuais e procurar sempre se informar nas concessionárias ou por meio do Serviço de Atendimento ao Cliente das montadoras (sempre indicado no Manual do Proprietário) para evitar informações imprecisas e possíveis transtornos.

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