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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Notícias | Economia

Greenspan diz que EUA devem assumir mais perdas para vencer crise

O ex-presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) Alan Greenspan afirmou hoje que o Governo americano deverá assumir perdas bancárias "muito superiores" a US$ 500 bilhões para restaurar seu sistema financeiro.


Na abertura da 72ª Convenção Bancária, realizada em Acapulco, no litoral pacífico do México com o título "O Futuro da Economia Internacional e dos Mercados Emergentes", Greenspan afirmou que a crise, semelhante às de 1907 e de 1932, pegou de surpresa as autoridades financeiras americanas.

O economista disse que os Estados Unidos precisariam de novos investimentos -muito grandes, públicos e privados- para restabelecer o fluxo de crédito ao nível em que se encontrava antes da crise financeira.

"A restauração da concessão normal de empréstimos dos bancos americanos precisará de uma injeção de capital muito grande de fontes privadas ou públicas", assinalou, lembrando que o plano de resgate bancário destinou US$ 250 bilhões para recapitalizar um grupo de bancos a fim de restaurar o crédito.

"No entanto, seguimos tendo um buraco enorme a preencher no sistema financeiro dos EUA", insistiu, criticando que esta medida tenha ficado paralisada e que o Governo não assumisse perdas de bilhões de dólares de outros bancos e setores.

Greenspan também afirmou que a atual crise financeira não poderá ser superada enquanto os investidores não perderem o medo e a insegurança sobre a operação do sistema financeiro.

Segundo ele, o nível de capitalização dos bancos deverá "se elevar para 14%, 20% ou, se for preciso, 25%, para que se recupere a confiança e se supere o medo".

Por outro lado, para ele o Governo dos EUA não deve assumir o resgate de empresas que não representam um risco "sistêmico", como as montadoras de automóveis, mas destinar os maiores recursos para restabelecer a confiança no sistema financeiro e bancário.

Alan Greenspan respaldou as medidas adotadas pelo Governo do presidente Barack Obama para enfrentar a crise e insistiu em que se devem modificar os modelos de risco no sistema bancário, já que os aplicados até agora não conseguiram prevenir o impacto.

O mesmo debate teve a participação do ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) Raghuram Rajan, para quem os países emergentes devem dirigir sua vista "ao sul e não tanto ao norte" para buscar saídas da crise.

"A crise nos oferece grande oportunidade para uma reorientação, para que a demanda comece a aumentar em alguns mercados emergentes e estes se afastem das estratégias de exportação", afirmou Rajan.

O analista criticou a falha de todo o sistema de regulação e vigilância, levando os mercados a elevarem seus riscos devido a incentivos de lucro embora não tivessem reservas suficientes para casos de perigo.

Rajan disse que os Estados Unidos devem resolver os problemas do resgate dos bancos e trabalhar para sair da recessão, mas considerou que um dos problemas é que Washington ainda não ofereceu um plano "crível" para superar a crise e "se prende às controvérsias políticas".

Anfitriões do fórum, o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central do México, Agustín Carstens e Guillermo Ortiz, respectivamente, coincidiram em que a crise só acabará quando os Estados Unidos recuperarem seu sistema financeiro.
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