O começo do ano pode ser um bom momento para renovar esperanças e, mais do que isso, renovar a fé nos santos padroeiros mais populares para “causas específicas”. Para 2009, o G1 reuniu as histórias desses santos, de acordo com o padre Gustavo Haas, assessor litúrgico da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
“A popularidade de um santo depende muito da região do país e do mundo de que estamos falando. A devoção é uma questão bastante local”, diz padre Geraldo Martins, assessor de imprensa da CNBB.
Nossa Senhora Aparecida – Padroeira do Brasil
Instituída santa padroeira do Brasil em 1931, durante o governo de Getúlio Vargas, Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi encontrada em 1717 por três pescadores que não conseguiam encontrar peixes. A imagem da Imaculada Conceição, escurecida pelo lodo do rio onde foi encontrada, mexeu com a fé da comunidade da vila de Santo Antônio de Guaratinguetá. Para a Igreja Católica, sua imagem como negra e mulher e a forma em que foi encontrada já são uma expressão de fé popular e esperança para o povo. Anualmente, segundo registros da CNBB, mais de 8 milhões de peregrinos visitam a cidade de Aparecida (SP).
São Judas Tadeu – Santo das causas impossíveis
Apesar dos poucos registros sobre a vida de São Judas Tadeu, a devoção popular fez dele o santo das causas impossíveis. Segundo a Igreja, São Judas é natural de Caná da Galiléia. Primo de Jesus Cristo, ele foi escolhido um de seus 12 apóstolos e ficou conhecido pela dedicação na pregação do evangelho. O santo foi morto como mártir, segundo a Igreja Católica, a machadadas.
São Jorge – O santo guerreiro
Padroeiro dos escoteiros no Brasil e do Sport Club Corinthians Paulista pela fidelidade com que defendeu sua fé cristã, São Jorge é, além de um dos santos mais antigos do culto cristão, muito popular entre os brasileiros. A Igreja Católica reconhece São Jorge como santo, mas, desde 1969, quando o calendário litúrgico católico foi reformulado, São Jorge não está mais no calendário oficial e universal das comemorações da Igreja. O guerreiro romano, ainda segundo a tradição católica, teria sido perseguido, torturado e decapitado no início do século 4, por se negar a fazer sacrifícios aos deuses romanos.
Santa Edwiges – Padroeira dos endividados
Nascida em 1174, Santa Edwiges viveu na divisa entre a Alemanha e a Polônia e teve, entre as santas reconhecidas pela Igreja Católica, uma trajetória peculiar. Casada com o duque Henrique da Silésia, a duquesa Edwiges dedicou sua vida aos filhos e à transformação do ambiente familiar em espaço de vivência de fé e caridade. Com a morte do marido, já em idade avançada e com os filhos adultos, Santa Edwiges ingressou em um convento. A santa é conhecida como padroeira dos pobres e endividados porque em toda a sua vida se dedicou a dar atenção aos mais pobres e aos encarcerados.
São Francisco de Assis – Padroeiro da ecologia
Nascido em 1181, em Assis, na Itália, São Francisco de Assis era filho de um comerciante e decidiu abrir mão de todos os bens materiais para seguir o evangelho de Jesus Cristo. Ele pregava mais fidelidade ao evangelho, e foi com base nessas escrituras que optou pelo voto de pobreza, que caracterizaria mais tarde a Ordem Franciscana. O santo, considerado patrono da ecologia, dedicou sua vida à idéia de uma irmandade que integrasse todos os homens, a natureza e os animais.
Santo Antônio – Santo casamenteiro
Santo Antônio nasceu em Lisboa, em 1195, e começou sua trajetória religiosa na Congregação dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho, em Lisboa. Em pouco tempo se sensibilizou com a causa franciscana e decidiu se tornar missionário. O santo dedicou sua vida religiosa a pregar para os humildes na Europa e seus sermões ficaram conhecidos pela simplicidade e clareza. Entre as principais características de Santo Antônio estão a luta pela justiça e a valorização dos mais humildes. Apesar de não ter em seus sermões nada específico sobre casamentos, ele ficou conhecido como o santo que ajuda mulheres a encontrarem um marido. Segundo a Igreja, a fama ganhou popularidade porque Santo Antônio ajudava moças humildes a conseguirem um dote e um enxoval para poderem se casar.
Nossa Senhora de Fátima
Em 13 de maio de 1917, em Portugal, três crianças assistiam a uma das aparições mais lembradas pelos católicos de todo o mundo: a aparição de Nossa Senhora de Fátima. A mensagem de paz deixada pela santa, em meio a um problema de ateísmo que se vivia na época, veio, segundo a Igreja, para ajudar a humanidade. Sua mensagem, ainda segundo a tradição católica, é simples e reafirma a existência de Deus e sua misericórdia.
