Os contratos futuros do petróleo terminaram em alta, acima dos US$ 50 o barril pela primeira vez neste ano, em meio à reação dos investidores ao anúncio do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) ontem de que iria gastar mais de US$ 1 trilhão para comprar bônus do Tesouro dos EUA e títulos atrelados a hipotecas. A notícia gerou receios de inflação no longo prazo e provocou a desvalorização do dólar, o que motivou a busca por ativos como commodities (matérias-primas).
O contrato do petróleo para abril negociado na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês) subiu US$ 3,47, ou 7,21%, para US$ 51,61 o barril. A última vez que o petróleo negociado na Nymex encerrou a sessão acima de US$ 50 foi em 28 de novembro de 2008. Em Londres, o contrato do petróleo tipo Brent para maio ganhou US$ 3,01, ou 6,31%, para US$ 50,67 o barril.
"A notícia de ontem virou o jogo e colocou mais um prego no caixão da tese de que os preços do petróleo continuariam caindo", disse Morgan Downey, diretor e operador de commodities da Standard Chartered em Nova York.
Alguns participantes do mercado acreditam que os preços do petróleo podem recuar para o intervalo de preços observado recentemente por conta do fraqueza no consumo mundial da commodity. "Certamente o movimento nos preços do petróleo é resultado muito mais de um fluxo de investimentos nas commodities e do medo de um dólar fraco do que dos fundamentos", disse Gregg Jacobson, sócio do fundo de hedge Caymus Capital Partners. "Sem evidências de estabilização na demanda mundial, acredito que o petróleo pode recuar para perto de US$ 40." As informações são da Dow Jones.
