Uma nota divulgada pelo Itamaraty confirmou que o governo brasileiro recebeu, na quinta-feira (8), do Equador, o pagamento das parcelas atrasadas de um empréstimo feito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao país vizinho.

Com o fim do calote, o embaixador do Brasil no Equador, Antonio Marques Porto, deve voltar para Quito, no início da semana que vem.

Ele está em Brasília desde o desentendimento entre o governo equatoriano, o BNDES e a construtora Odebrecht, em novembro passado. 

O empréstimo de US$ 243 milhões foi concedido pelo BNDES para a construção da hidrelétrica de San Francisco, a cargo da Odebrecht.

No dia 29 de dezembro, o governo do Equador havia determinado o pagamento de uma parcela de US$ 28,1 milhões ao BNDES, segundo o presidente do Banco Central daquele país, Carlos Vallejo.

O pagamento foi feito no último dia do prazo previsto para cobrir a parcela de juros e capital do crédito de US$ 286,8 milhões concedidos pelo BNDES ao Equador, cujo pagamento foi questionado por Quito. O débito foi submetido a uma arbitragem internacional, pois o governo equatoriano o considerava "ilegal".

O presidente do Equador, Rafael Correa, havia se comprometido com o cumprimento dos vencimentos da dívida, feita junto ao BNDES em 2000, enquanto o tribunal arbitral decidia sobre os pedidos do país andino por uma medida cautelar que suspendesse o pagamento.

O crédito do BNDES financiou a construção da hidroelétrica San Francisco, construída pela Odebrecht no centro andino do Equador. O local foi inaugurado no final de 2007, mas deixou de funcionar em junho por erros na sua estrutura.

No dia 25 de dezembro, o assessor de Assuntos Internacionais da Presidência do Brasil, Marco Aurélio Garcia, disse que considerava que a "crise" com o Equador havia sido superada e que o embaixador brasileiro "poderia voltar" a Quito.