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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Notícias | Economia

Mato Grosso cresce 49% e se mostra na contramão da crise

A crise financeira parece andar na contramão de Mato Grosso. Mesmo no período em que a palavra ‘recessão’ assusta a maior parte do mundo, o Estado continua registrando superávit na balança comercial. Em fevereiro, o valor registrado foi de US$ 835,34 milhões, valor 49% maior do que o mesmo período de 2008, contrapondo com a queda de 30% do saldo comercial do país, que registrou superávit de apenas US$ 1,24 bilhão no período. Mato Grosso responde, isoladamente, por 67% desse resultado.


As exportações mensais foram de US$ 369,25 milhões. O montante é 32% menor do que em janeiro passado, mas já acumula US$ 912,06 milhões, valor 29% superior ao registrado no mesmo período de 2008. “Tal fato mostra que o Estado ainda não reflete os efeitos da crise”, avalia o presidente do Sistema Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Sistema Fiemt), Mauro Mendes. De acordo com dados da instituição, o Estado manteve a sétima posição no ranking dos maiores exportadores, respondendo por 4,7% do total das vendas externas do país e por 63% da região Centro-Oeste.

“Mato Grosso foi o único, dentre os 18 maiores do ranking, que apresentou crescimento, contrastando com quedas expressivas, acima de 30%, de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná, Espírito Santo, Bahia e Amazonas”, ressalta Mendes. Já nas vendas do agronegócio, o Estado recuou para a quinta posição – mês passado assumia a quarta colocação - perdendo para São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná. A União Européia e a Ásia continuam os principais destinos, com 43,7% e 29,3% do total, respectivamente. A Holanda, com 12% individualmente, lidera o ranking, seguida do Reino Unido e China, ambos com 6,9% e Itália, França e Alemanha, com 4,7%, 4% e 3%.

As importações acumulam US$ 76,7 milhões, ou seja, 48% menores que os US$ 147,7 milhões registrados em fevereiro de 2008. Continuam prevalecendo na pauta as compras de insumos agropecuários e outros bens intermediários, complementados por insumos e bens de capital, especialmente máquinas e equipamentos (24% das importações). Os principais fornecedores externos foram, pela ordem, a Rússia com 24%, Estados Unidos com 17%, Alemanha com 12% e a Ucrânia com 9,7% seguidos de diversos outros com menores participações.

Segundo o assessor econômico da Fiemt, Carlos Vitor Timo, as ‘perdas cambiais’ existentes até setembro do ano passado, com a maxidesvalorização do real, transformaram-se em ‘ganhos cambiais’, já acumulados em R$ 524,12 milhões. “É um valor bem expressivo”, analisa. 

As exportações de soja-grão e derivados totalizaram, até fevereiro deste ano, US$ 505,52 milhões, que representam aumento de 49,7% em relação ao mesmo período do ano passado. A oleaginosa responde por 55% do valor das exportações estaduais. As vendas externas de carnes, no referido período, tiveram quedas significativas de 40,5% em valor e 25,4% em volume. Os baixos valores foram puxados pela carne bovina, acompanhando o movimento de queda no total das vendas brasileiras do produto, no período, por conta da retração no crédito externo e outros problemas financeiros do setor.

As outras carnes, de frango e suína, ao contrário, registram aumento tanto em valor quanto em volume embarcados. A carne suína superou 150% em faturamento e o dobro em volume, mesmo com a retração nos preços internacionais no período. Mato Grosso contribuiu com 12% do volume de carne bovina exportado pelo país, com 3% das exportações de aves e 4% de carne suína. “Tais índices já mostram uma tendência da evolução do Estado nesses segmentos agroindustriais, dado nosso enorme potencial de crescimento”, avalia o assessor econômico.

MILHO, ALGODÃO, COURO E MINERAIS – A soma das exportações desse grupo de produtos apresentou incremento de 67% em fevereiro, comparado com o mesmo período do ano passado. O grande destaque continua sendo o embarque de milho, com aumento de 228% em quantidade e 179% em valor, mesmo com a queda de 14,8% na cotação média do produto. O volume físico exportado por Mato Grosso representou expressivos 59% do total exportado pelo país.

O algodão, ao contrário do milho, apresentou queda de 16% em valor e de 24% em quantidade exportada, em relação a 2008, mesmo com 10% de aumento nos preços internacionais. Mesmo assim, Mato Grosso contribuiu com 43% das exportações físicas totais do produto. No caso do couro, a forte queda de 72% no preço gerou redução de 41% no faturamento, mesmo com o aumento de mais de 100% no volume físico exportado, que representaram 16% das exportações nacionais do produto. As exportações de minerais (ouro) também apresentaram redução. 

As exportações estaduais do segmento florestal vêm apresentando forte retração nas vendas externas - mais de 60% no referido período. O setor continua tendo dificuldades com queda no faturamento e reduções expressivas nos volumes embarcados, mesmo com os aumentos dos preços internacionais. De acordo com Timo, “tais resultados devem estar sendo influenciados pela crise imobiliária americana e também por fatores sazonais”.
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