Seis grifes paraenses do coletivo Moda Pará participam do Fashion Business, a bolsa de negócios do Fashion Rio que acontece de 13 a 16 de janeiro, para tentar conquistar novos mercados para sua moda repleta de elementos amazônicos.
A exuberância da floresta, no entanto, está presente de forma conceitual e não explícita, ao menos nas coleções da Riquezas da Amazônia e da Lele Parah, duas das marcas representadas.
“Temos muito mais uma coisa implícita do que o lado caricato de usar diretamente o desenho de um tucano ou de uma cobra”, exemplica André Pinheiro, carioca radicado em Belém há 14 anos, onde criou a Riquezas da Amazônia, marca com a qual comercializa roupas, jóias e perfumes. “É uma empresa que vende artigos sofisticados da Amazônia. Tem bases conceituais”, explica.
As roupas e adereços produzidos por Pinheiro utilizam materiais como algodão e viscose orgânicos, papel reciclado, madeira certificada. “Procuramos colocar neles uma Amazônia implícita”, comenta.
A estilista Lele Grello também optou por elementos amazônicos menos explícitos, contidos em cores e materiais. Ao Rio de Janeiro ela leva uma coleção inspirada na pitaia, planta com fruto cor-de-rosa escuro e flor branca que só se abre à noite.
“Uso muito o tururi (casca da palmeira buçú) e o chifre de búfalo”, comenta a criadora. “O tururi tem a cor tabaco e combina bem com seda”, diz,
ao explicar que sempre utiliza materiais regionais da Amazônia aliados àqueles mais comuns no mundo da moda em geral.