O presidente da Bolívia, Evo Morales, criticou com veemência os ataques de Israel na faixa de Gaza e disse que o país deve dar um fim ao que chamou de humilhações ao povo palestino.
Em declarações concedidas em Cochabamba, o governante reiterou seu repúdio à "invasão criminosa contra o povo da Palestina" e pediu à ONU que tome medidas para cessar os ataques israelenses. Para Morales, a ofensiva sobre Gaza é "selvagem, desumana e criminosa".
Os bombardeios foram iniciados por Israel em 27 de dezembro e já provocaram mais de 400 mortes, das quais 40% são de civis, além de cerca de 2.000 feridos.
Morales disse que é preciso "fazer de tudo para evitar uma guerra" entre israelenses e palestinos. Além disso, alfinetou os Estados Unidos e afirmou que este país estaria por trás dos ataques. "Israel deve se retirar e precisa mudar suas políticas. Já o Governo dos EUA não pode seguir usando um país como Israel para invadir nações que estão em processo de libertação", disse.
Cuba
Morales ainda comemorou hoje o 50º aniversário da revolução cubana e reiterou seu pedido aos Estados Unidos para que suspendam o embargo econômico imposto ao país caribenho.
"Expresso meu máximo reconhecimento ao povo cubano, à revolução, a seu governo e, especialmente, a seu comandante Fidel [Castro] e ao [presidente] Raúl Castro", disse Morales durante uma entrevista coletiva concedida na região central de Cochabamba.
O chefe de Estado boliviano ratificou seu "respeito e admiração" por Fidel Castro, que, segundo disse, "ensina o mundo inteiro a viver com dignidade e soberania em sua permanente luta contra o império americano."
Neste sentido, Morales reiterou seu pedido para que seja suspenso o bloqueio econômico imposto "pelo governo dos Estados Unidos, e não pelo povo americano", à ilha.
O presidente boliviano disse ainda que, apesar do bloqueio americano, "Cuba é o país mais solidário com os povos do mundo" e prestou auxílio "incondicional" ao "projeto de revolução cultural e democrática na Bolívia".
"[Cuba] nos ensina a ser solidários porque a solidariedade não se faz com o que nos sobra, mas com o que temos", afirmou Morales, cujo governo recebeu da ilha ajuda para um programa de alfabetização e para a instalação de clínicas e centros médicos oftalmológicos.