Brasília é a cidade que contém o maior número de obras arquitetônicas de Oscar Niyemer, e são elas que movimentam o turismo da capital. Vinte e seis monumentos projetados pelo artista são reconhecidos pelo Patrimônio Histórico Nacional, e também ajudaram a cidade a se tornar Patrimônio da Humanidade no ano de 2008. Mas para o Governo do Distrito Federal mantê-las conservadas para visitação não é prioridade. Sete desses patrimônios apresentam problemas graves ocasionados pela falta de manutenção e por vandalismo. Outros cinco estão em reforma.

No mês de janeiro, os jornais locais estamparam como manchete o fechamento dos principais pontos turísticos da cidade, assim como a manutenção decadente. O recente incêndio da Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, que contém azulejos de Athos Bulcão , serviu como lupa para enxergar os outros patrimônios que estão em situações até piores.

A Praça dos Três Poderes tem pedras soltas nas calçadas. O Espaço Lucio Costa tem infiltrações. O Panteão da Liberdade teve parte de um teto de mármore desabado e está fechado desde abril de 2008. A Torre de TV está suja, pichada, enferrujada e com os elevadores quebrados. A Pira está com um matagal alto que tem depósito diário de lixo.

Esses e outros estragos foram estampados nas manchetes dos principais jornais da cidade como o "Correio Braziliense" e o "DF TV". Ambos ressaltaram que a responsabilidade de manter a integridade de quase todos os prédios tombados é do GDF, e as restantes estão entregues a administrações locais, que muitas vezes ficam debilitadas financeiramente para fazer manutenções.

Sobre o assunto o GDF informou que pretende tornar cada prédio tombado autossustentável. Para o secretário de Cultura, Silvestre Gorgulho, uma das soluções é cobrar ingresso para visitar os monumentos. Em declaração dada ao jornal "Correio Braziliense" o secretário disse: "Em qualquer lugar do mundo, paga-se para visitar monumentos. Em Brasília, criou-se a cultura de não cobrar,mas precisamos, pelo menos, pensa na possibilidade".

A administradora de Brasília, Evelise Longhi, sugeriu a criação de um pelotão para vigiar os bens tombados. O governador Arruda afirmou ontem que irá pedir ajuda para a Secretaira de Segurança Pública, para manter a presença constante de policiais no monumentos da capital.

Algumas obras já passam por reforma há um tempo considerável e encontram-se com o prazo de entrega atrasados. É o caso do Teatro Nacional qeu deveria ter sido restaurado em seis meses, mas até hoje os balcões de Athos Bulcão não foram colocados. As vitrais quebradas da Catedral não foram restauradas, muito menos os seu problemas hidráulicos e elétricos solucionados.