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Sábado, 20 de abril de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Amazonas é o primeiro estado a realizar exame de tuberculose em quem é preso

Desde o início do ano, quem é preso no Amazonas é submetido a um exame para saber se tem tuberculose, uma das doenças que mais atingem a população prisional do país.


O estado é o primeiro a implantar a ação, por apresentar condições logísticas que permitem realizar o exame em todo preso que chega ao sistema carcerário e também por ter a segunda maior taxa de incidência de tuberculose no país – 67,6 casos por cada grupo de 100 mil habitantes, enquanto a média nacional de 38,2 por 100 mil habitantes, conforme dados divulgados pelo Ministério da Saúde. O Amazonas só fica atrás do Rio de Janeiro, que registra 73,27 casos por 100 mil pessoas.

“Todos os presos passam por uma única porta de entrada”, explicou o coordenador-geral do Programa Nacional de Controle da Tuberculose do Ministério da Saúde, Draúrio Barreira. Até março, dos mais de 250 novos detentos que já fizeram o teste, três tinham o bacilo de Koch, causador da tuberculose.

Um dia após chegar à prisão, é feito um raio X no tórax do interno. Se forem encontradas manchas nos pulmões, ele realiza exame de escarro, que detecta a tuberculose. Caso a doença seja confirmada, o preso inicia o tratamento em uma área isolada pelos primeiros 15 dias – período de maior transmissão da doença que ocorre quando o infectado tosse, fala ou espirra e lança gotas de secreção que se propagam no ar.

Por ser uma ação pioneira no Brasil, o governo não tem estimativa sobre a redução do número de casos da doença entre a população carcerária amazonense, mas Barreira espera resultado significativo. A incidência da tuberculose entre presos é 40 vezes maior do que na população em geral, segundo o coordenador. Em condições normais, o doente infecta outras 15 pessoas. Ele ressalta que, em uma cela, a propagação é extremamente maior e todos acabam infectados.

“É muita gente em um espaço pequeno, sem ventilação e com umidade. É o ambiente perfeito para a proliferação da doença”, disse Barreira.

O centro de diagnóstico custou R$ 150 mil, recursos provenientes do Fundo Global de Luta Contra a Aids, Tuberculose e Malária, da prefeitura de Manaus e dos governos federal e estadual. A partir de abril, será oferecido teste de HIV, porém, o exame não será obrigatório.

De acordo com Barreira, o Rio Grande do Sul é o próxima unidade federativa a instalar um centro. Assim como o Amazonas, o estado concentra a entrada dos presos em um local único. “Dentro de 30 dias, teremos uma definição”, afirmou.

Além de Manaus e Porto Alegre, Belém, São Luís, Fortaleza, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo, Baixada Santista concentram 45% dos casos de tuberculose. O Brasil registra 80 mil novos casos e 5 mil mortes ao ano.





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