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Sábado, 20 de abril de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Município com altas taxas de anemia falciforme no Rio inaugura centro de referência hospitalar

 O município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, que registra um dos maiores índices de anemia falciforme no Rio de Janeiro, acaba de ganhar uma unidade de referência hospitalar para tratar do problema.



O Rio é o segundo estado com a maior taxa da doença no país- a maior incidência é na Bahia. O problema é hereditário e pode levar a morte. No município de Nova Iguaçu, a taxa é de um caso para cada 1.020 mil pessoas, segundo a prefeitura.

A doença afeta, sobretudo, pessoas pretas e pardas e é considerada pelo Ministério da Saúde como uma questão de saúde pública, devido ao grande número de negros na população. Em Nova Iguaçu, essa parcela é de 55% da população.

O Hospital Geral de Nova Iguaçu inaugurou uma unidade de referência de tratamento exclusiva da doença. A previsão é tratar, inicialmente, 200 pessoas com anemia falciforme, além de ampliar na rede municipal o teste do pezinho para detecção da doença.

“As mães ganhavam neném e vinham para cá [ao hospital] para fazer o teste [do pezinho]. Agora, não. A coleta é feita nas unidades básicas, descentralizadamente”, explicou o coordenador da Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial em Nova Iguaçu, Paulo Santana.

De acordo com ele, anteriormente, os pacientes também eram tratados no Hemorio, na capital. Com a nova unidade, os pacientes não precisarão se deslocar e a doença ganhará “visibilidade”, evitando o sofrimento dos pacientes. “A doença não é conhecida pelos médicos, em geral”, explica Santana.

A anemia falciforme provoca alterações na hemoglobina (componente sanguíneo), provocando fortes dores nos ossos, músculos e articulações, além de causar icterícia e úlceras nas pernas. A doença provoca fraqueza e pode reduzir a expectativa de vida dos pacientes em até 50 anos.

O ministro da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Edson Santos, esteve na unidade de Nova Iguaçu. Segundo ele, o Ministério da Saúde tem um programa de promoção à saúde da população negra, com destaque para a doença falciforme. Mesmo assim, o Sistema Único de Saúde (SUS) precisa contar com a rede básica.

“A saúde exige capilaridade. Os municípios precisam ampliar a prevenção para identificar a doença, principalmente, nos recém-nascidos, nas crianças. O combate só será eficaz à medida que os municípios priorizarem a questão”, afirmou Santos.

A anemia falciforme não tem cura, mas o tratamento pode ajudar a diminuir as crises. As pessoas com a doença devem evitar exercícios pesados, manter uma alimentação saudável e usar roupas leves.


 

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