Uma empresa especializada na remoção e tratamento de resíduos químicos foi contratada pela Prefeitura de Diadema (Grande São Paulo) para limpar a área da fábrica destruída por um incêndio na manhã de sexta-feira (27). O trabalho começou ontem e não tem prazo para terminar.

A representante da Estre Biorremediação, Priscila Duran Munhos, chegou ao local na tarde deste sábado para fazer as análises prévias. Até por volta das 16h deste sábado, Munhos esperava uma equipe de emergência --com quatro profissionais, entre engenheiros químicos e ambientais-- para fazer uma análise mais detalhada sobre como o trabalho será realizado.

A empresa começou a retirar parte do líquido do chão da fábrica com a utilização de um caminhão vácuo --que recolhe o material por meio de sucção. A remoção de tambores que armazenavam produtos químicos, que vazaram com a explosão, começará a ser feita na manhã deste domingo (29), com a utilização de dois caminhões. "A retirada de tambores é bem delicada", disse Munhos. Posteriormente, será feito o trabalho de sucção dos produtos químicos dos tambores e a retirada de contêineres fechados.

Munhos informou que os resíduos serão levados para Americana (127 km de São Paulo), onde será feita uma análise de quais os tipos de produtos químicos e qual a destinação para cada tipo de resíduo.

De acordo com André Luiz das Neves, diretor de gestão ambiental da Secretaria de Meio Ambiente de Diadema, que monitora os trabalhos no local, a estimativa inicial é que os cerca de 600 tambores (com capacidade para 200 litros cada) sejam retirados da empresa até segunda-feira (30).

Munhoz informou que o valor do contrato com a prefeitura vai depender do tipo do trabalho de remoção que será realizado. Segundo ela, não há previsão para o término da retirada desse material.

Perícia

A Polícia Técnica de São Bernardo, responsável pela Grande São Paulo, iniciou na manhã deste sábado os trabalhos de perícia na região do incêndio, que destruiu a empresa que armazenava produtos químicos e atingiu 18 imóveis em Diadema, que foram interditados.

Segundo o diretor da Polícia Técnica de São Bernardo, Pedro Luis Vieira, o trabalho de reconhecimento do quarteirão para o levantamento dos danos já foi concluído. A dificuldade agora, segundo Vieira, é identificar o foco que deu origem ao incêndio. Não há previsão para o término da perícia.

Antes da coleta de amostras dos produtos, é preciso que os destroços das explosões sejam removidos. As amostras serão analisadas no laboratório do Instituto de Criminalística de São Paulo. "Nós ainda temos que remover os destroços para poder entrar na empresa e examinar. Por isso, até agora não posso dizer que tipo de produto havia no local", disse Vieira.

Explosões

O fogo começou por volta das 7h30 desta sexta-feira (27) na Di-All Química Distribuidora. No local eram manipulados produtos de limpeza e estavam estocados, entre outros itens, solvente e detergente.

Devido aos produtos químicos, ocorreram diversas explosões. As labaredas e a fumaça puderam ser vistas a distância. Moradores deixaram as casas às pressas. Produtos químicos vazaram do prédio e, em chamas, escorreram pelo asfalto. Pneus de carros ficaram derretidos nas garagens e portões, inchados. Fios da rede elétrica também foram derretidos, e moradores da região ficaram sem luz.

O tenente-coronel Valdeir Vasconcelos, do Corpo de Bombeiros, informou que a empresa não tinha o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros) e, com isso, estava irregular. Segundo a prefeitura, a Di-All tem licença ambiental e alvará para funcionamento. 'Precisamos saber se o volume [de produto] autorizado era compatível com o que foi estocado', disse o prefeito de Diadema, Mário Reali (PT).

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