A primeira-dama norte-americana, Michelle Obama, conquistou a crítica internacional de moda durante a cúpula do G20 esta semana, em Londres. Sua predileção por cores fortes e vestidos sem manga foram só elogios nas páginas das publicações especializadas.
O jornal “The Telegraph” comparou Sarah Brown desfavoravelmente com Michelle, dizendo que a esposa do premiê britânico Gordon Brown esforçou-se para ficar mais elegante. Sarah já havia sido superada pela primeira-dama francesa, Carla Bruni-Sarkozy, em visita anterior do presidente francês e sua mulher, e perdeu os holofotes novamente, no encontro com Michelle.
A senhora Obama acalmou os americanos que temiam que seu gosto por deixar os braços de fora pudesse ser constrangedor, quando foi conhecer a rainha britânica usando vestido sem mangas, embora acrescido de um elegante cardigã preto.
A peça foi tirada depois do jantar do G20 na residência oficial do premiê britânico, suscitando ainda mais elogios dos fashionistas ao revelar os bíceps esculpidos de Michelle, elogiados pelo “New York Times” como sendo “o único símbolo animador de força americana que há para se ver no momento”.
O “Chicago Tribune” escreveu: “Trocando as peças leves da grife J.Crew que usou na quarta-feira (2) por um vestido elegante em preto e branco de Isabel Toledo, a primeira-dama Michelle Obama mostrou sua versatilidade e tornou-se oficialmente uma das ‘Fab Four’ do mundo da moda política na era moderna, somando-se a Jacqueline Kennedy, Carla Bruni-Sarkozy e a princesa Diana”.
Nem tanto assim
A euforia internacional com o “estilo Michelle” ainda não contagiou os fashionistas brasileiros. A consultora de moda Costanza Pascolato não aposta que a primeira-dama possa se tornar um ícone fashion.
“Ícone de moda ela nunca será. É apenas uma mulher forte e atlética, que sabe se vestir para se valorizar”, explica. “Michelle faz de tudo para agradar a opinião pública. Quando começou essa coisa de falarem de seus braços bem-torneados ela passou a mostrá-los com mais frequência”, completa Costanza.
“Um ícone, como Jackie Kennedy foi, é uma mulher que marca um estilo não só na roupa, mas no comportamento. Um estilo atemporal, que vai prevalecer ao longo dos anos”, analisa. “Michelle é uma mulher contemporânea. Acredito que ela nem esteja buscando se tornar ícone”.
A consultora, no entanto, destaca a ousadia da primeira-dama em escolher novos estilistas. “Ela usou um cardigã azul de Junya Watanabe, um designer considerado ultravanguarda, da Comme des Garçons. Isso é bem positivo”, opina Costanza.
Para a consultora de moda Manu Carvalho Michelle também está longe de integrar o tal “Fab Four” das primeiras-damas elegantes. “Ela está no caminho certo. Mas sua elegância ainda não faz a gente suspirar”.
Manu critica as cores usada pela senhora Obama. “Ela é uma mulher grande, de traços marcantes. Na minha opinião, deveria evitar as cores fortes e optar pelos tons pastéis”.
