O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), disse hoje (4) que quer imortalizar, em uma das galerias da Casa, o jornalista e ex-deputado federal Marcio Moreira Alves, morto na noite de ontem (3), aos 72 anos.
“Quero ver se logo contrato alguém para traçar o perfil parlamentar do Marcio Moreira Alves para que fique inscrito não só nos anais da Casa, mas que fique divulgado também fora da Casa, o que era o Marcio Moreira Alves.”
Após o velório do ex-deputado, realizado na Assembléia Legislativa do Rio, Temer disse à imprensa que Moreira Alves é um exemplo de político para o país, pela coragem, pertinência e franqueza.
“O Marcio era presente em todos os momentos nacionais. Até mesmo quando fez o discurso provocativo [contra o regime militar]. Essa provocação é que pôde gerar, muito tempo depois, a democratização do país”, afirmou Temer.
O presidente da Câmara se referia ao discurso de 2 de setembro de 1968, apontado com um dos motivos para o Ato Institucional nº 5 (AI-5).
Editado pelos militares, o AI-5 determinava o fechamento do Congresso Nacional, a cassação de parlamentares, dentro os quais o próprio Moreira Alves, e a suspensão dos direitos políticos de muitos deles.
Após o velório, que durou toda a manhã, o corpo de Moreira Alves foi levado para o Cemitério do Caju, onde foi cremado.