Ao afirmar que a agricultura familiar de Mato Grosso encontra-se em "estado de abandono" e precisa de apoio, a senadora Serys Slhessarenko (PT) defendeu a recuperação da Empresa Matogrossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), empresa de economia mista cuja acionista majoritário é o governo do estado.

"Um dos grandes gargalos enfrentados pela agricultura familiar matogrossense é a situação precária da Empaer", afirmou nesta segunda-feira (6), em pronunciamento feito em Plenário.

A situação crítica da Empaer há tempos vem sendo alvo de debate entre parlamentares. O assunto já foi discutido entre os deputados estaduais e em fevereiro o Olhar Direto denunciou o abandono do projeto referente à plantação de mudas de bananas em laboratórios resistentes às pragas como sigatoka negra e mal de panamá que acabou virando uma sucata.

Serys disse que embora a Empaer esteja presente em quase todos os 141 municípios do estado, com 127 escritórios locais e seis distritais, o atendimento da instituição aos pequenos produtores "é cada vez mais capenga".

Na avaliação da senadora, isso ocorre porque falta articulação entre as atividades da empresa com os "demais setores da administração". Ela também apontou, entre as causas do problema, a precária manutenção das estruturas físicas da Empaer e a falta de renovação de seus quadros técnicos. Citando dados apresentados pela instituição, a parlamentar disse que a Empaer empregava 868 servidores em 1995, mas, no início deste ano, contava com 566 funcionários.

"É preciso aumentar o número de técnicos e, para evitar a fuga desses profissionais, melhorar o nível de seus salários", disse ela. Serys afirmou que, para resolver a questão, "é preciso descobrir onde está o gargalo que impede um melhor diálogo entre o Ministério do Desenvolvimento Agrário do governo Lula e a Secretaria de Agricultura do governador Blairo Maggi".

A senadora contrastou ainda a situação da agricultura familiar em Mato Grosso com a do agronegócio de grande porte nesse mesmo estado. Ela observou que os resultados positivos alcançados por estes últimos "concentram-se nos grandes negócios da lavoura e não beneficiaram, com todo o impacto que deveriam, a pequena produção".