Olhar Direto

Sábado, 20 de abril de 2024

Notícias | Meio Ambiente

Geleiras do Ártico estão cada vez mais fragilizadas pelo aquecimento

As geleiras do Ártico estão cada vez mais frágeis devido ao aquecimento global, advertiram especialistas americanos, segundo os quais a espessura das placas de gelo e sua extensão no inverno diminuem desde as primeiras análises de satélite, em 1979. A advertência foi feita na segunda-feira (6).


A calota glacial no inverno é composta atualmente em 70% por geleiras sazonais --geleiras de pequena espessura que derretem durante o verão e se formam novamente todo ano.

Este nível jamais foi detectado: a proporção era de 40 a 50% durante os anos 80 e 90, destaca nesta segunda-feira um relatório do Centro Nacional Americano da Neve e do Gelo (NSIDC), em Boulder, Colorado (oeste).

A geleira mais espessa (acima de 2,74 metros), que se mantém por pelo menos dois verões, representa apenas 10% de todo o gelo hibernal, ou seja, uma diminuição de 30 a 40%, indicaram os autores desta pesquisa.

Até 2007, era difícil medir a espessura da calota glacial ártica, e os cientistas recorriam à idade da geleira para obter uma estimativa aproximada.

Em 2008, uma equipe de pesquisadores do Jet Propulsion Laboratory (JPL), da Nasa, elaborou o primeiro mapa em três dimensões da Bacia Ártica, permitindo obter medidas precisas da espessura das geleiras em todos os pontos.

Utilizando os dados do satélite ICESat da Nasa de 2005 e 2006, eles conseguiram calcular a espessura e o volume das geleiras árticas que, no inverno, contêm água suficiente para encher dois dos grandes lagos norte-americanos, o lago Michigan e o lago Superior.

Em termos de superfície, o tamanho da Calota Polar Ártica foi nesse inverno o quinto menor desde 1979.

Nos seis últimos anos (2004-2009), a superfície máxima das geleiras no inverno ficou menor, destacou Charles Fowler, um especialista no estudo das geleiras da Universidade de Boulder (Colorado), chefe da equipe de cientistas que elaborou o relatório.

No dia 28 de fevereiro, a Calota Ártica media 15,2 milhões de km2, ou seja, 720 mil km2 a menos, em média, do que a superfície hibernal entre 1979 e 2000.

Até uma data recente, a maior parte das geleiras árticas sobrevivia por pelo menos um verão e, frequentemente, durante anos passando pela estação. Mas essa situação mudou rapidamente desde o início desta década.

"A extensão da geleira é uma medida importante de solidez da Calota Polar Ártica, mas oferece apenas uma visão bidimensional", ressaltou Walter Meier, pesquisador do NSIDC.

"A espessura da geleira é um índice também essencial, sobretudo durante o inverno, já que ela indica a solidez da calota. A geleira diminui no verão e derrete mais facilmente se estiver menos espessa", acrescentou.

"Esses novos dados indicando, ao mesmo tempo, a espessura e a extensão das geleiras do Oceano Ártico nos permitem compreender melhor a sensibilidade e a vulnerabilidade das geleiras frente às mudanças climáticas", considerou Ron Kwok, do JPL.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 
xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet