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Sexta-feira, 27 de setembro de 2024

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Murdoch diz: 'Lamentamos pelo escândalo do grampo'

'Sentimos muito', disse Rupert Murdoch aos jornais ingleses no sábado, enquanto a News Corp tentava acalmar o alvoroço criado por um escândalo de grampos telefônicos que abalou a empresa e custou o emprego dos dois principais diretores do jornal.


Les Hinton, um dos principais assessores de Murdoch e chefe da Dow Jones, editor do Wall Street Journal, pediu demissão na sexta-feira, assim como Rebekah Brooks, chefe da divisão britânica do jornal da News Corp, a News International.

As atenções agora estão voltadas para o filho de Murdoch e possível sucessor, James, que assumiu as operações da News Corp na Europa, no início da crise. Ele e Murdoch, assim como Brooks vão enfrentar uma sabatina no Parlamento britânico, na terça-feira.

O pedido de desculpas, que começou a aparecer nos jornais de circulação nacional no sábado, tinha o seguinte título: 'Lamentamos.'

A texto dizia que o News of the World, o tablóide da News Corp acusado de grampear os telefones de cerca de 4 mil pessoas, 'cuja função era policiar os atos dos outros, falhou quando se tratava de policiar a si mesmo.'

'Lamentamos pelo delito grave que cometemos. Sentimos muito pelo mal que fizemos às pessoas afetadas,' continuava a nota assinada por Rupert Murdoch.

As tentativas de conciliação incluíram ainda um pedido de desculpas pessoal de Murdoch na sexta-feira aos pais de uma estudante assassinada, o que parecia ser uma confissão de que o News of the World, na época editado por Brooks e administrado por Hinton, tinha grampeado as mensagens de voz da sua filha, que estava desaparecida.

A alegação reacendeu um escândalo de cinco anos atrás que forçou Murdoch a fechar o News of the World, o jornal dominical mais vendido da Grã-Bretanha, e desistir dos planos de adquirir o controle total da altamente rentável operadora de TV paga - BSkyB.

O escândalo também quebrou o domínio que Murdoch, de 80 anos, tinha na política britânica há três décadas, quando políticos como os líderes como Margareth Thatcher, Tony Blair e o atual primeiro-ministro David Cameron pediam seu apoio.

Ceticismo sobre pedido de desculpas

O parlamentar britânico, John Prescott, ao ser perguntado pela BBC no sábado se o pedido de desculpas de Murdoch mudaria alguma coisa, respondeu: 'De maneira nenhuma.' 'Para ele dizer, sinto muito - quando há 24 horas ele (Murdoch) disse ao Wall Street Journal que eram apenas pequenos delitos... Esse é um homem que está tentando desesperadamente salvar a sua empresa, derrubando que for preciso, para fazê-lo,' disse Prescott.

John Whittingdale, chefe do comitê parlamentar que vai interrogar os Murdochs e Brooks, disse à Reuters na sexta-feira que apesar do pedido de desculpas estar muito atrasado, as investigações sobre as irregularidades ainda tinham um longo caminho pela frente.

Hinton se demitiu quando o escândalo dos grampos telefônicos que envolve a News Corp começou a se espalhar pelos EUA. Ele é, até agora, o mais alto executivo da empresa a se demitir por causa da crise.

'O fato de eu não saber o que parece ter acontecido é irrelevante e nessas circunstâncias, sinto que o certo a fazer é pedir demissão da News Corp, e pedir desculpas a todos que foram prejudicados pelas ações do News of the World,' ele escreveu em um memorando.

Brooks vinha resistindo à pressão para que se demitisse do cargo de presidente da News International, apesar da declaração do Príncipe Alwaleed bin Tala, acionista da News Corp de que ela devia sair. O primeiro-ministro David Cameron também pediu a sua saída dela. Sua proximidade com ela e também a sua decisão de contratar o ex-editor dos News of the World, Andy Coulson deixou Cameron em uma situação constrangedora.

Murdoch havia nomeado Brooks como substituta de Tom Mockridge, veterano da News Corp. que passou os últimos oito anos dirigindo a Sky Itália.
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