Ao contrário do que vêm pregando as autoridades municipais, Cuiabá ainda pode perder os recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ou, no mínimo, ter obras embargadas por falta de cumprimento de prazos e fornecimento de informações precisas à Controladoria Geral da União (CGU) em relação às pendências ainda existentes.

Fontes da CGU, da Caixa Econômica Federal (CEF) e da própria Prefeitura não escondem a preocupação com o cumprimento do cronograma estabelecido pelo governo federal, através do Ministério das Cidades e da Caixa, ainda não cumpridos pelo município. 

Segundo as mesmas fontes, com as quais o Olhar Direto entrou em contato hoje, em verdade, são 11 impropriedades (e não 14 como se pensava inicialmente) que o município precisa sanar em caráter de urgência sob pena de haver a suspensão de repasses, embargos e, pior, intervenções do Tribunal de Contas da União (TCU), órgão auxilar do Congresso Nacional e um estágio onde a situação pode se complicar ainda mais.

O Município sequer cumpriu a etapa inicial (do cronograma pré-estabelecido) e também não assinou o termo de compromisso com o governo federal, que é uma das etapas cruciais para o andamento da obra.

Conforme antecipou o Olhar, Cuiabá sofre para honrar com os prazos e executou apenas 4% do cronograma das obras. Ou seja: o Município ainda está num estágio primário de execução, embora ainda possa reverter este quadro altamente adverso.

O problema é que a equipe do prefeito patina e não consegue sequer explicar as impropriedades e o sobrepreço de quase R$ 14,5 milhões. Do sobrepreço inicial de R$ 15,45 milhões, os técnicos da Prefeitura explicaram apenas R$ 760 mil. Mesmo assim, o prefeito e os próprios técnicos consideram que o sobrepreço (não confundir cpom superfaturamento) está em níveis de R$ 5,5 milhões.

Essas disparidades precisam ser corrigidas por todos os entes envolvidos (União, Estado e Município), especialmente pelos técnicos de Cuiabá, porque a Cidade Verde não pode correr o risco de perder tão importantes recursos.