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"Quero olhar no olho do cidadão e ser julgado pela história"

27 Abr 2009 - 21:07

Da Redação - Marcos Coutinho e Alline Marques

Ao justificar sua decisão de não disputar a sucessão eleitoral de 2010, em qualquer cargo eletivo, o governador Blairo Maggi, em entrevista concedida há pouco para o Olhar Direto, declarou que "pretende percorrer o Estado" para ouvir o clamor popular diretamente dos cidadãos, "sem segurança, sem mídia e sozinho".



"Quero olhar no olho do cidadão e quero ser julgado pela história. Ao invés de ser um escravo político com obrigação de disputar uma eleição a cada dois ou quatro anos, quero percorrer Mato Grosso sem o aparato de segurança que me cerca, sem a Secom (Secretaria de Comunicação), sem os holofotes", confidenciou Maggi.

Horas antes, ele repetira discurso similar para seus atônitos secretários, durante reunião no Palácio Paiaguás. Com um adendo: quer todos empenhados no cumprimento de metas para que sua administração não cometa os erros de seus antecessores. Caso mantenha essa pretensão, Maggi entrará para a história de Mato Grosso como o primeiro governador a concluir o mandato nos últimos 27 anos.

Em outra confidência, Maggi disse que o clima de tensão neste ano pré-eleitoral e distintas pressões políticas também pesaram em sua decisão. "Há algum tempo eu já vinha pensando em não disputar nenhum cargo em 2010. Em 2006 eu já fui arrastado para o segundo mandato, porque não poderíamos correr risco de entregar o governo para nossos adversários", relata Maggi, cuja decisão apanhou quase todo seu staff e os líderes do PR de surpresa.

Na avaliação do governador, uma das principais metas de sua administração, além de construção de milhares de casas populares, escolas, mais de 2,5 mil km de asfalto etc, foi inserir Mato Grosso em um novo modelo de gestão, em uma nova filosofia, baseada em um relacionamento mais franco e transparente com o povo.

"Essa meta eu tenho orgulho de afirmar que cumprir, mas ainda há muito o que fazer. Teremos um ano muito difícil pela frente e todos terão que dar a sua cota de contribuição, com maior dedicação e empenho ainda para servir o povo de Mato Grosso da melhor maneira possível", acrescenta. 

Maggi em discurso durante o encontro disse que o partido precisa se unir e falar a mesma língua, para não correr o risco de entregar o Estado para as pessoas errada e quer acreditar que a sociedade não regressará. "Temos problemas na administração, mas avançamos e temos que continuar avançando. Precisamos buscar um nome que aglutine. Não é possível que a sociedade dê um passo atrás, mas isto pode ocorrer, porque existem falhas que precisam ser corrigidas no partido", declarou.

Família

Outro fator que pesou em sua decisão foi a família. O problema de saúde da primeira-dama, Terezinha Maggi, fez o governador refletir sobre o assunto e querer ter mais tempo para os seus filhos.

Em confissão aos jornalistas na manhã desta segunda-feira (27), minutos antes de oficializar sua desistência, Maggi declarou que há 12 anos não fica tem tempo para seu filho, hoje com 24 anos. Segundo ele, somente nesta semana em que a esposa estava internada é que pode passar mais tempo ao lado do filho.

Maggi disse ainda que Moisés Sachetti, presidente do PR e amigo do governador, tentou convencê-lo a mudar de idéia, mas disse que não tinha mais como adiar este anúncio. "Vocês não sabem o alívio que estou sentindo. Não poderia vir aqui hoje e passar uma orientação, pensando em outra coisas. É um fardo que tiro das minhas costas", declarou.

Atualizada às 23h02.

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