Falta de estrutura e segurança. É o que os oficiais de justiça de Mato Grosso reivindicaram nesta quarta-feira, em frente ao Fórum Criminal de Cuiabá. Como forma de protesto, os oficiais, aqueles que vão até as residências levando as decisões do juiz, reivindicam do Poder Judiciário melhores condições de trabalho. Eles apresentaram indignação quanto ao caso da oficial de justiça morta com nove tiros, ao tentar entregar mandado de busca e apreensão, em São Paulo, no último dia 24.
“Precisamos mostrar para a sociedade os riscos que enfrentamos a cada dia, e as necessidades que não estão sendo cumpridas pela Justiça”, declarou o presidente do Sindicato dos Servidores do Judiciário (Sinjusmat), Rosenwal Rodrigues dos Santos. A manifestação teve apoio do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e da Justiça Federal.
No Estado há mais de 600 oficiais de justiça e uma das problemáticas é quanto ao uso do próprio veículo, no cumprimento dos mandados expedidos pelos magistrados. O combustível é pago pelos próprios servidores que têm a responsabilidade de entregar todos, no prazo estabelecido.
Com faixa, cartazes e vestidos de luto, muitos deles lotaram a entrada central do Fórum. Mostrando revolta pela situação caótica, Vânia Brito Guimarães, que trabalha há mais de 30 anos como oficial, conta que as dificuldades e o medo estão tomando conta da categoria. “Não tem como continuarmos trabalhando dessa forma, pois nem segurança nós temos. Prova disso, foi a nossa colega que morreu de forma injusta”, desabafou.
Ela também já foi vítima de ameaças. Ao tentar apreender um veículo, nos últimos dias, o proprietário teria se negado a entregar e a ameaçou. Temendo a reação do homem, Vânia teve que deixar o local.
Outra situação também foi contada pelo servidor Suany Carvalho Filho. Há alguns anos, foi juntamente com outro colega cumprir um mandado em uma fazenda, localizada na BR-364, na ação movida por um filho contra o pai, para remoção de animais. No entanto, quando estava realizando a apreensão, houve uma discussão, e Suany presenciou o pai matando o próprio filho a tiros.
Conforme informações, cerca de 10 oficiais de justiça morreram durante o trabalho, no período de um ano e meio. Agora, a classe reivindica do setor medidas urgentes para o desenvolvimento do trabalho.
