O furto de fios e cabos tornou-se constante nas grandes cidades devido ao alto custo do material e a facilidade na comercialização. E a população é a principal prejudicada com esta prática, que resulta no corte de abastecimento de energia elétrica, telefonia e até mesmo de água potável. Preocupado com estes índices o deputado estadual Dilceu Dal´Bosco (DEM) apresentou um projeto de Lei que proíbe a venda de cabos usados, criando um mecanismo de fiscalização e punição.
A proposta também exige que os estabelecimentos do setor (ferro velhos e recicladores) mantenham cadastro com dados pessoais de seus clientes. De acordo com o texto, a exigência vale para a venda de fios, arames, peças, tubos, tampos e outros materiais do gênero, em aço, cobre, alumínio, zinco, ferro ou qualquer tipo de metal.
Segundo o deputado, “seguindo o exemplo dos Estados do Paraná, Tocantins e do Rio Grande do Sul, a proposta tem por finalidade combater o comércio de fios de cabos elétricos e telefônicos de procedência criminosa, atacando o elo fraco da cadeia que são os receptadores de cabo de cobre, ferros-velhos e recicladores”.
Recentemente o bairro Parque Cuiabá, na Capital, foi alvo de tal prática, os moradores ficaram horas sem telefone, por terem sido roubados os cabos de cobre de uma operadora de telefonia. Várzea Grande também já sofreu com a prática desonesta, quando foi roubado o cabo de força de uma estação de captação de água, fazendo com que cerca de 80 (oitenta) mil pessoas ficassem sem abastecimento de água na região.
As empresas mais prejudicadas são a Brasil Telecom e a distribuidora de energia Rede Cemat. A Cemat registra desde 2001 furtos de cabos de cobre de instalações elétricas. De 2001 a 2007, foram 409 ocorrências, com o desaparecimento de 79,8 mil metros de cabos. O prejuízo pela reposição foi de R$ 257,7 mil, informou a Assessoria de Imprensa da empresa. O Brasil Telecom relatou que, de janeiro a agosto de 2008, registrou 69 boletins de ocorrência pelo furto de 8.967 metros de cabos telefônicos no Estado. No ano passado, a empresa e a Polícia Civil desencadearam a Operação Sucata, quando foram apreendidas 5,3 toneladas de fios de cobre. Neste período sete pessoas foram indiciadas por receptação.
“Infelizmente isso se tornou rotina, o roubo, a receptação e o comércio de fios e cabos com origem ilícita, especialmente aqueles utilizados no fornecimento de serviços públicos essenciais, como na sinalização semafórica, nos serviços de energia elétrica e nas telecomunicações”, concluiu.
