O governador Blairo Maggi, em artigo sereno a ser publicado amanhã em toda a mídia mato-grossense, também aqui no  Olhar Direto, deverá expor as razões pelas quais ele decidiu não disputar nenhum cargo eletivo nas eleições gerais de 2010. Em tom coloquial, Maggi sustenta que, apesar de não querer disputar a eleição de senado, "não pretende se desligar do processo político".

"Na realidade, não quero ser escravo da política ocupando um cargo político e fazendo dele trampolim para outro cargo político. Não nasci na política. Quero continuar como um membro atuante na política. Por isso, penso que a sociedade não deve dar um passo para trás. O passo deve ser para frente", consta de trecho do artigo.

Maggi anunciou na segunda-feira passada ( 27), durante o encontro estadual do Partido Republicano, que não pretende disputar uma das duas vagas de senador nas eleições do próximo ano. A notícia pegou quase todos os líderes políticos de Mato Grosso, do próprio PR e até os secretário de Estado, de surpresa e caiu como uma verdadeira bomba no meio político.

O fato deixou perplexos e, em princípio, desorientados, os republicanos, que tem no governador sua principal liderança. Foi também a notícia mais lida e repercutida nos sites e jornais impressos do Estado.

Amanhã, em artigo a ser veiculado pelos principais sites e jornais impressos de Mato Grosso, Blairo Maggi explica os motivos que o levaram a tomar tal decisão que pode, inclusive, mudar os rumos do quadro político de 2010, em Mato Grosso. No artigo intitulado "Não vou sair da política",  o governador aponta motivos familiares, administrativos e políticos para tal decisão. Maggi deixa calro que o fato de não disputar um cargo eletivo em 2010, significa que ele vá abandonar a vida pública.

No dia do anúncio de Blairo Maggi e nos que se seguiram, Olhar Direto  ouviu em Cuiabá e em Brasília, políticos dos mais diferentes partidos, aliados ou não do governador, que deram sua opinião sobre a notícia que mexeu com as principais lideranças mato-grossenses. O vice-governador Silval Barbosa ( PMDB ), candidato preferido de Blairo Maggi para sucedê-lo, afirmou que, disputando ou não um cargo eletivo, "Blairo Maggi será sempre uma liderança inconteste em Mato Grosso". Já o deputado federal Pedro Henry ( PP ), considera que a decisão de Maggi criou um vazio político e que com ela, o jopgo da sucessão "está novamente zerado".

Opositores do governador também deram suas opiniões. O prefeito Wilson Santos ( PSDB ), pré-candidato ao governo estadual, ainda que esteja renitente em se declarar, não acredita que esta seja uma posição definitiva do governador e espera "passar a emoção do momento" para ver se ela é concreta ou não. Já o deputado estadual Percival Muniz ( PPS ),  que faz oposição  a ele na Assembléia Legislativa e adversário político em Rondonópolis, acha que a decisão  foi tomada depois que Blairo Maggi percebeu de uma série de fatores negativos na administração, que poderiam atrapalhar o restante de seu mandato e mesmo uma possível vitória nas eleições para o Senado.