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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Hospitais particulares em MT estão em crise e podem fechar as portas

A saúde no Estado de Mato Grosso passa por uma crise sem precedente. Os hospitais particulares, principalmente nas cidades menores, passam por dificuldades financeiras e estão com as contas no vermelho. 


“Todo dia fecha um hospital no Estado”, afirmou o deputado Guilherme Maluf, que presidiu a audiência pública na tarde desta quinta-feira (19) com representantes dos hospitais e municípios. 

O prefeito de Nortelândia, Neurilan Fraga, participou da audiência e relatou a crise pela qual passa o município, que corre o risco de ter o único hospital da cidade fechado, por falta de recursos. "Cada vez que a minha secretária de Saúde me liga solicitando uma ambulância para trazer um paciente a Cuiabá, reduz algumas horas de vida do prefeito", lamentou. 

Neurilan destacou que os custos com o transporte de paciente é alto e pesa na conta da Prefeitura. Ele alerta ainda para um possível colapso com o Pronto Socorro de Cuiabá com o fechamento de diversos hospitais no interior. "Se o prefeito Wilson Santos está sempre reclamando que o Pronto Socorro atende pacientes de vários municípios, imagina quando esses hospitais no interior fecharem? Ai, sim ele vai ter trabalho", relatou.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Hospitalares de Mato Grosso, José Ricardo Melo, existem atualmente 70 hospitais da rede particular no Estado, a maioria com grandes riscos de fechar nas cidades do interior.

Mas a crise está chegando a Cuiabá, onde faltam leitos na rede privada para atender a demanda. A maior reclamação do setor é a falta de investimento na Saúde e a alta carga tributária cobrada dos hospitais.

José Ricardo ressalta que o setor é o maior gerado de emprego no país. Atualmente, no Brasil a saúde emprega mais de 4 milhões de pessoas, sendo 12 mil somente em Mato Grosso. “É o único setor que não pode substituir o homem pela máquina”, afirmou.

O maior problema é que, em muitos municípios, o hospital privado é único na cidade e depende basicamente do convênio com o Sistema Único de Saúde e com a Prefeitura, que na maioria das vezes não têm recursos para custear os tratamentos mais complexos.

José Ricardo explicou ainda que o repasse do SUS não cobre todas as despesas do hospital, que muitas vezes precisa arcar sozinho com os gastos dos pacientes, e ainda demora para receber. Em alguns hospitais, até mesmo da Capital, o repasse do SUS, referente à cirurgias de alta complexidade, está atrasado há um ano e o montante da dívida já ultrapassa R$ 500 mil.

Em Cuiabá, todos os hospitais particulares já romperam o convênio com SUS, devido a tabela defasada. No entanto, por força de medidas judiciais têm sido obrigados a realizar os procedimentos cirúrgicos sob a sanção de serem punidos por desobediência e omissão de socorro. “O curioso é que existem liminares para obrigar o hospital a realizar o atendimento, mas não tem liminar para obrigar o pagamento”, reclamou Maluf.
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