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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Livina vs. Meriva: a novata é uma boa opção?

Foto: Pedro Bicudo

Nissan Livina 1.6 Flex vs. Chevrolet Meriva 1.4 Econo.Flex Joy

Nissan Livina 1.6 Flex vs. Chevrolet Meriva 1.4 Econo.Flex Joy

Primeiro nós sonhamos em comprar um carro, depois casamos, partimos para um sedã e logo chegam os filhos. Se há uns 20 anos só encontrávamos nas peruas opções de carros versáteis com espaço para toda família, pelo menos o tempo fez com que um novo tipo de carroceria tomasse de vez seu espaço nas garagens das famílias: as espaçosas minivans.


Dos tempos em que basicamente tínhamos como opção o Mercedes-Benz Classe A ou o Renault Scénic, ambos da segunda metade da década de 1990, muitos quilômetros já foram rodados e concorrentes surgiram no mercado. Lançado em agosto de 2002 no Brasil, o Chevrolet Meriva ostenta hoje um bom número de clientes graças a uma relação custo/benefício atraente e fechou 2008 com 22,8% de participação em seu segmento, atrás do Fiat Idea, que obteve 25,3%.

Mas agora uma novata minivan promete chacoalhar o até então tranquilo reino dos monovolumes. A novidade tem origem japonesa e atende pelo nome de Nissan Livina, o primeiro automóvel de passeio fabricado pela marca no país e que estreia a tecnologia bicombustível da montadora nipônica.

Quando a análise começa

Uma das qualidades que a Nissan exalta em seu primogênito é o preço básico e o nível de equipamentos que ele contempla nessa configuração. Por isso, reunimos aqui as versões de entrada do Livina, a 1.6 Flex, que parte de R$ 46 690, e do Meriva, a 1.4 Econo.Flex Joy, com preço inicial de R$ 43 549.

Pois bem, monovolumes lado a lado, vamos às comparações. Dentre os principais equipamentos, o Livina conta com ar-condicionado, direção elétrica, trio elétrico e airbag frontal para motorista. O Meriva, por sua vez, é R$ 3 141 mais barato em sua versão básica, que oferece ar-condicionado, direção hidráulica, alarme, travas e vidros elétricos e aviso sonoro de faróis ligados, dentre outros. Para equipá-lo com a importante dupla de segurança airbag /ABS é necessário comprar um pacote que inclui mostrador digital com hora e temperatura o qual deixa a minivan da Chevrolet com um preço final de R$ 46 382.

Completo, o Meriva é R$ 308 mais barato que o Livina, vem equipado com airbag duplo e não apenas para o condutor, como na sua concorrente, e ainda conta com ABS, sequer disponível como opcional no Livina de entrada. Se o Meriva já sai na frente no custo/benefício, outro quesito no qual ele leva vantagem é na manutenção.

Pelo seguro, cotado de acordo com o mesmo perfil para uma apólice nova e sem bônus para os dois veículos, já é possível notar a diferença. O valor do prêmio para o monovolume da Chevrolet ficou em R$ 1 591, enquanto a seguradora pediu R$ 1 785 para proteger o patrimônio de um eventual dono(a) de Livina, uma economia de R$ 194 a favor do Meriva. Em nossa cesta de peças, composta por kit de embreagem (disco, platô e rolamento), par de amortecedores, jogo de pastilhas, retrovisor direito e paralama esquerdo, o Meriva também se mostrou um bom negócio. Todos os itens poderiam ser comprados por R$ 1 842,74 enquanto a própria Nissan informou que os cinco itens para o Livina custam R$ 2 862,32, uma diferença e tanto de R$ 1 019,58. Ao menos a fabricante oferece três anos de garantia para o Livina ante um ano da Chevrolet ao Meriva.

Na hora da viagem, qual é o melhor?

O Livina de entrada, como o testado por nós neste comparativo, utiliza o mesmo motor 1.6 16V da Renault, que desenvolve 108 cv de potência a 5 750 rpm e 15,3 kgfm de torque a 3 750 rpm com álcool. Já o 1.4 Econo.Flex do Meriva entrega 105 cv de potência a 6 000 rpm e torque máximo de 13,4 kgfm a 2 800 rpm também quando abastecido com o combustível vegetal.

Se na análise do custo/benefício o Meriva deu um show, na hora de medirmos os desempenhos de cada um o Livina deu o troco. A aceleração de 0 a 100 km/h do Nissan foi cumprida em 12s1, enquanto o Chevrolet precisou de 13s2. Nas importantes provas de retomada, que simulam uma situação de ultrapassagem na estrada, por exemplo, o Livina mostrou a importância não só dos 3 cv a mais, mas principalmente do torque superior. Para ir dos 60 km/h aos 120 km/h, o carro da Nissan precisou de 12s2 enquanto o Meriva levou 20s2. O mesmo cenário se repetiu na retomada de 80 km/h a 120 km/h, na qual o Livina precisou de 9s4 contra 13s3 do Meriva.

Porém, esse desempenho melhor do Livina será cobrado na hora do reabastecimento. Com álcool, ele percorre 6,6 km/l na cidade e 9,6 km/l na estrada, uma média de 8,1 km/l. O Chevrolet, por sua vez, fez 8,8 km/l em percurso urbano e 10,3 km/l no trajeto rodoviário, média de 9,5 km/l. Outra diferença no comportamento das minivans está na dirigibilidade. No Meriva, o condutor fica posicionado na clássica disposição de um monovolume, mais verticalizada, enquanto a disposição no Livina tende a de um carro convencional, com o motorista mais “deitado”. No comportamento, o Meriva é estável quando conduzido de acordo com a proposta do carro e não dá sustos. Apesar de mais alto que o Livina (1,62 m contra 1,57 m), a resposta de ambos é semelhante, sendo que a suspensão do Livina merece elogios por sua calibração.

Apesar de melhor acabado, com as peças plásticas bem encaixadas, o Livina traz algumas incoerências em seu projeto. Enquanto oferece boas soluções de engenharia, como o reservatório para partida a frio em um compartimento separado que não necessita da abertura do capô, seu sistema de travamento central não conta com abertura à distância e, por incrível que pareça, obriga o motorista a abrir a porta e acionar o botão manualmente para destravar as portas restantes, pelo menos na versão de entrada testada por nós. Algo bem desconfortável, tendo em vista que até carros de entrada, como o Ford Ka, contam com sistemas mais modernos.

O Meriva, entretanto, já oferece sistema de abertura das portas à distância e os sistemas “Leve-me até o carro”, que mantém as lanternas e luzes de iluminação da placas acesas por 30 segundos, e o “Luz de Boas Vindas”, que acende as luzes do painel por dez segundos quando o carro é destravado. Pode parecer detalhe, mas são itens como esses que podem fazer a diferença na hora da compra.

Com tudo analisado no papel, o Chevrolet Meriva é a melhor escolha quando comparado ao Nissan Livina. Em suas versões de entrada, o Meriva entregou mais equipamentos por um valor menor, além de ser mais barato para manter. Seu ponto fraco é o desempenho, mas a seu favor está o maior número de concessionárias, 559 estabelecimentos ante 68 da Nissan espalhados pelo Brasil. É bem-vinda a chegada do Livina para dar mais vida ao segmento, mas por enquanto ele terá de se virar para enfrentar os mais experientes.
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