Passado o episódio do arquivamento dos pedidos para cassação e da instalação da Comissão Processante para investigar as contas da gestão do ex-presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, Lutero Ponce (PMDB), as atenções na Casa de Leis voltam-se novamente para o vereador Ralf Leite(PRTB).

Com a decisão do Tribunal de Justiça, permitindo que a Comissão de Ética volte a trabalhar, os três vereadores que a compõem vão agendar as oitivas com os envolvidos no escândalo do vereador Ralf, encontrado e preso por policiais militares, com travesti menor de idade, ocorrido em Várzea Grande, no mês de fevereiro.

Nas oitivas estão previstos os depoimentos do travesti, com quem Ralf Leite estava na madrugada do dia seis de fevereiro, os policiais militares que o preenderam e o próprio vereador. Ele tem a prerrogativa de fazer seu depoimento por escrito e não ser ouvido diretmente pela Comissão de Ética.

Em 20 dias, os três vereadores que compõem a Comissão de Ética, Everton Pop ( PP ), presidente, Domingos Sávio ( PMDB ), relator e Adevair Cabral ( PDT ), membro, deverão concluir o relatório.

Voto

Nos batidores da Câmara é dado como certo que a comissão vai propor a cassação do mandato do vereador. A discussão agora é  saber se a votação em Plenário será aberta ou fechada. Na questão do vereador Lutero Ponce a votação foi aberta. Como o processo contra Ralf Leite é por quebra de decoro parlamentar, não há no regimento interno da Câmara  uma menção específica para  a questão, já que a falta do Código de Ética na Casa de Leis, faz com que a Comissão tenha que recorrer a Legislação Federal.

O presidente da Mesa Diretora, Deucimar Silva ( PP ), está se cercando de todos os argumentos jurídicos possíveis para evitar novos embates e "brechas", atrasando ainda mais o desfecho da questão, seja ele qual for. No entanto,  o vereador Ralf Leite, em entrevista à imprensa, demonstrou tranquilidade na sessão desta manhã. Segundo ele, seu envolvimento com um travesti não é motivo para ser cassado. 

Mesmo com as críticas que vem sofrendo por parte da imprensa, e setores da sociedade, o vereador disse que tem andado tranquilamente pelas ruas  e não recebe ofensas por parte da população. Segundo ele, inclusive, em respeito a seus familiares. 

Posição

Os vereadores responsáveis pelo caso já se manifestaram que o voto deverá ser aberto. Mas o presidente da Casa, Deucimar Silva, disse que vai se reunir com a assessoria jurídica para avaliar a questão. Muitos vereadores já articulam nos bastidores da Câmara qual a postura que vão tomar diante da situação, já que a imagem do legislativo cuiabano parece estar desgastada com as crises e polêmicas que desde o início do ano vêm sendo debatidas na instituição.