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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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Queda nas vendas de carros usados causam crise em revendedoras

O dono da loja mostra o carro que comprou no fim do ano passado por R$ 29 mil para revender por R$ 33 mil, com lucro de R$ 4 mil. Hoje só vale R$ 22 mil.

O dono da loja mostra o carro que comprou no fim do ano passado por R$ 29 mil para revender por R$ 33 mil, com lucro de R$ 4 mil. Hoje só vale R$ 22 mil. "Todos os dias tinham vendas, hoje existe venda por semana ou as vezes tem semana que não acontece venda", afirma o dono de uma revendedora de veículos, Iury Martins.


Primeiro foi por causa do financiamento mais difícil com a crise mundial; depois veio a redução do IPI para os veículos novos. "Faz o orçamento de um carro usado e um carro zero; a diferença é muito pouca, então, ela opta pelo carro zero", afirma o revendedor de veículos, Marco Antônio Ribeiro.

De janeiro a abril, as vendas de carros usados caíram quase 13% em todo o país na comparação com o mesmo período do ano passado. O Vice-presidente da Associação dos Revendedores de Seminovos de Minas Gerais, Oberdan Mendes, não resistiu. Alugou para uma distribuidora de livros o ponto onde vendia carros. Segundo ele, o crédito de R$ 200 milhões, liberado em março pelo governo, não ajudou muito o setor. "O receio está tão grande que a procura foi muito pequena", conta

Fechar as portas significa assumir o prejuízo, vender o estoque, mesmo que abaixo do preço. Porque, afinal, é preciso pagar as contas, tem acerto com os funcionários, os fornecedores, os custos do negócio. O problema é quando o comerciante sai do ramo sem honrar os compromissos. Nesse hora, pode sobrar até para o cliente.

A OAB alerta: o cliente não deve deixar o veículo para ser revendido em uma agência com o documento de transferência assinado. "Ele tem que entregar o recibo, no momento da entrega do pagamento", afirma o Presidente da Comissão Defesa do Consumidor da OAB-MG, Geraldo Magela Freire.

O engenheiro, André Luiz Alvarenga não sabia disso. Ficou apenas com as cópias dos documentos. Em fevereiro entregou o veículo com a promessa de receber R$ 40 mil em 30a dias. Um mês depois a loja estava fechada e até hoje nada do dinheiro, nem do carro. "A garantia que eu tinha era o meu documento. Só que o documento já tinha sido assinado e a pessoa ficou de estar pagando nesse prazo e não aconteceu", conta.
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