O presidente do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso, Detran, Teodoro Moreira, mais conhecido como Dóia, disse na manhã desta quarta-feira, em entrevista ao programa Chamada Geral, na Rádio Mega 95 FM, que o órgão “é um cartório” e que os maiores problemas que envolvem o departamento são de origem externa, e não interna.

“Somos cobrados por coisas que não são de nossa competência”, afirma o presidente. Ele explica que toda a população tem uma visão equivocada das responsabilidades do departamento. “O papel do Detran é fazer o controle dos veículos, a emissão de documentos, emissão de carteira de habilitação, fiscalização e educação de trânsito. As multas o Detran apenas cobra, porque possui o banco de dados”, diz, utilizando “cartório” como comparativo por conta da competência de emitir papéis de documentos.

Dóia afirma que a imagem ruim dada ao órgão é, em grande parte, por conta das taxas e multas aplicadas aos veículos. “A taxa do Detran é a menor de todas”, explica, dizendo que as taxas mais “pesadas” são cobradas pelo governo federal. As multas, por sua vez, ele diz que são do município. “Só as aplicadas pela Polícia Federal é que vão para o Estado”.

O presidente conta que também é muito cobrado e questionado em relação ao Imposto Sobre Propriedade de Veículos Automotores, IPVA, o que pôde ser evidenciado pelas ligações de ouvintes durante o programa. “Quero frisar que o IPVA é competência da Secretaria de Fazenda. O Detran apenas faz a cobrança’, diz Dóia.

Sobre os entraves externos que prejudicam o Detran, o presidente afirma que “tem problemas com a Cepromat, tem problemas com a Sefaz, com o Banco do Brasil, com a Brasil Telecom, sim”. Todos eles têm questões que prejudicam o órgão de alguma maneira. “Em Rosário Oeste, por exemplo, ficamos uma semana sem emitir um documento, porque a Brasil Telecom simplesmente retirou o link de lá”, conta.

Mas, também há problema interno, e não é dos pequenos. Dóia diz que o sistema de comunicação, imprescindível para um órgão como o Detran, está defasado. “Mas esse problema deve ser resolvido até 20 de novembro, que é a previsão para troca da plataforma de informatização do Detran”, revela. Sem um sistema de comunicação eficiente, a emissão de documentos torna-se um problema.

Como um consolo, Dóia diz que “os Detran’s do resto do país são piores ainda”. E, talvez como desabafo, o presidente deste constantemente atribulado e polêmico órgão que é o Detran, diz: “tudo que nós fazemos é estritamente dentro da lei”.