Não precisa ser engenheiro, técnico em edificações ou arquiteto para perceber que o setor de desembarque do Aeroporto Marechal Rondon é um problema. A estrutura utilizada para desembarque de passageiros é apertada, pouco ventilada e desconfortável, sobretudo em horários de pico. Entre 11h e meio-dia, por exemplo, as pessoas disputam o espaço na espera de amigos e parentes. Pior: na saída, os passageiros mal conseguem retirar sua bagagem e praticamente "trombam" entre as pessoas que aguardam no salão.

Não existem poltronas ou cadeiras suficientes para acomodar todos adequadamente e a acessibilidade a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida é precária. Os problemas continuam fora do desembarque. O estacionamento gratuito que poderia ser oferecido a quem vai buscar amigos e parentes sempre está lotado por carros de locadoras e veículos dos funcionários da Infraero que não teem estacionamento próprio.

As preocupações levantas são de profissionais do Sistema Confea/Crea que utilizam o serviço de desembarque do Aeroporto e também do Crea Mato Grosso que no ano que vem organizará a 67ª Semana da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia - 67ª SOEAA, em Cuiabá, evento que reúne pelo menos três mil profissionais da área tecnológica.

Outras entidades públicas como Ministério Público Federal de Mato Grosso e Assembléia Legislativa também já manifestaram publicamente sobre como é feito o embarque de passageiros com deficiência em aviões e sobre as obras inacabadas do aeroporto.

"Vemos que existe um rol de problemas que estão sendo levantados por entidades competentes e que precisam ser solucionados. Em 2010 teremos um evento de caráter nacional, com a expectativa de recebermos mais de dois mil e quinhentos engenheiros e de sediar um debate com os candidatos à presidência da república. Isso sem falar que podemos ser sede da Copa em 2014", questionou o presidente do Crea-MT, Engenheiro Civil Tarciso Bassan.

Segundo informações divulgadas pela Infraero, problemas na licitação da empresa autorizada a trabalhar na construção de um novo setor voltado para o desembarque de vôos domésticos e internacionais do aeroporto, foram a causa do adiamento para o início das obras para o ano que vem. "Consideramos ineficiente as atuais adequações que não possuem acessibilidade ou mesmo conforto aos usuários", afirmou Bassan.

De acordo com Bassan, o Crea-MT se reunirá nesta quarta-feira (27) com o Ministério Público Federal para em parceria solicitarem da Infraero providências sobre a situação do Aeroporto Marechal Rondon. "Os profissionais do Sistema cobram a finalização das obras, a fim de amenizar o tumulto a que os passageiros hoje são submetidos ao desembarcar no local", justificou.