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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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mudando de vida

Adolescentes se ocupam em atividades laborais e produzem artesanato

“A vida é sofrida, mas não vou mais chorar”. A frase bordada em um dos bonés confeccionados por adolescentes internos em Cuiabá demonstra a expectativa de um futuro melhor.

“A vida é sofrida, mas não vou mais chorar”. A frase bordada em um dos bonés confeccionados por adolescentes internos do Centro Socioeducativo de Cuiabá demonstra a expectativa de um futuro melhor. A produção dos bonés faz parte de uma série de atividades desenvolvidas com os adolescentes em conflito com a lei, que também participam de ações esportivas, educacionais e culturais dentro da unidade.


Segundo a diretora do Centro Socioeducativo, Maria Giselda da Silva, a realização das atividades na unidade proporciona aos jovens educação, momentos de lazer e contribui para que eles possam cumprir melhor as medidas socioeducativas, reintegrando de forma saudável à sociedade e colaborando para diminuir a reincidência.

Bonés, canetas, cestas e medalhas são algumas das conquistas dos adolescentes do Centro Socioeducativo de Cuiabá expostas no 1º Seminário Estadual de Implantação do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, que acontece até esta sexta-feira (05.06), no Hotel Fazenda Mato Grosso, na capital.

Para a superintendente do Sistema Socioeducativo Estadual, Lenice Silva, os trabalhos desenvolvidos com os adolescentes internos tem duas funções: terapia para desenvolvimento mental e espiritual e oportunidade de geração de renda familiar.

As atividades estão previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) como medida socioeducativa. Atualmente, os jovens do Complexo Pomeri participam de campeonatos esportivos como futebol e natação, além de comercializar com familiares os produtos confeccionados durante as atividades artesanais.

O Centro Socioeducativo oferece também aos adolescentes Educação Fundamental e Média na Escola Estadual Meninos do Futuro, parceria entre Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e Secretaria de Estado de Educação (Seduc), onde os jovens em medida socioeducativa tem a oportunidade de dar continuidade aos estudos.

Para a diretora da unidade, Maria Giselda da Silva, as ações desenvolvidas na unidade são importantes para diminuir a ociosidade e ansiedade dos adolescentes, além de ajudar na renda familiar. “As atividades são momentos que os adolescentes tem para esquecer que estão cumprindo medida socioeducativa, se interagir e produzir objetos atrativos e em grande quantidade”, observou Maria Giselda.

A diretora destaca ainda que os produtos produzidos pelos adolescentes são vendidos pelos familiares, que conseguem uma renda de até R$ 70 com a comercialização dos objetos.

O adolescente C.R, 18 anos, que cumpre medida socioeducativa há oito meses, diz que participar das atividades propiciadas na unidade é uma forma de ocupar o tempo. “Dessa forma não fico parado, ocioso. Estou aprendendo algo novo para não voltar a cometer delito”, desabafou.

Seguindo o mesmo pensamento, os adolescente W.S, 18 anos, e C.S, também de 18 anos, em medida socioeducativa há quase 1 ano, acreditam que as atividades e os estudos são uma oportunidade a mais para eles dentro da unidade. “Fazemos as atividades para distrair e ajudar a família com a venda do que produzimos lá dentro”, disseram.

Hoje o Centro Socioeducativo de Cuiabá, Complexo Pomeri, abriga 161 meninos e meninas na faixa etária de 12 a 20 anos. Um dos objetivos do 1º Seminário Estadual de Implantação do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo é discutir ações voltadas para a implantação do sistema nas unidades prisionais de jovens e adolescentes em conflito com lei no Estado.

O Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) é um projeto de lei aprovado por resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda). O Sinase prevê normas para padronizar os procedimentos jurídicos envolvendo menores de idade, que vão desde a apuração do ato infracional até a aplicação das medidas socioeducativas.

No Estado, a política de atendimento ao adolescente em conflito com lei tem se modernizado com o objetivo de criar ações mais eficazes, e que tenham como meta atingir o pressuposto da valorização do ser humano em medida socioeducativa no contexto familiar e social.
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