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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Notícias | Brasil

Mulheres enfrentam tráfico e milícia para afastar jovens das drogas

- Afastar jovens do tráfico e da violência é o principal objetivo de um grupo de moradoras de áreas pobres do estado do Rio. Conhecidas como Mulheres da Paz, elas fazem parte do Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci), do Ministério da Justiça.


Elas batem de porta em porta atrás de adolescentes que estejam envolvidos com atividades ilegais ou em risco de ser cooptados pelo tráfico ou pelas milícias. Apesar de trabalharem entre esses dois grupos criminosos, dizem que não sentem medo e que não são ameaçadas.

“A milícia e o tráfico não têm falado nada, têm respeitado a gente. Tem que saber levar, afinal somos Mulheres da Paz”, contou Daiane Kelly Ribeiro, moradora de Itaguaí, na região metropolitana. Assim como as demais 2.500 integrantes do grupo no Rio, ela recebe R$ 190,00 de bolsa por mês pelo seu trabalho, baseado na mediação de conflitos.

A grande maioria das agentes sociais já é mãe e conta com a própria experiência para se aproximar dos adolescentes. “Nós vamos de porta em porta conversando com os jovens. O principal desafio é tirar eles do crime e das drogas, porque essa vida não vai levar a nada”, afirmou Ana Paula Roque, moradora de Nilópolis, na Baixada Fluminense.

Mesmo vivendo em uma área pobre, ela disse não temer milicianos ou traficantes: “A nossa camisa já mostra que somos da paz, então não temos dificuldade para entrar em lugar algum. Eles têm nos respeitado”.

Para marcar o Dia Internacional da Mulher e dar visibilidade ao trabalho, elas promoveram hoje (8) uma caminhada pela orla de Copacabana, que reuniu cerca de 500 pessoas. A secretária estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, Benedita da Silva, responsável pela coordenação do programa no estado, disse que o principal foco é retirar os jovens do narcotráfico. “É um trabalho que a gente considera de formiguinha, pois requer muita reserva, para que as pessoas se sintam em liberdade de contar o seu sofrimento”, explicou.

Segundo Benedita, o trabalho também ajuda a identificar casos de violência contra a mulher, que ainda são muito presentes. Para ela, embora as mulheres de forma geral continuem sendo vítimas em todo o país, o problema atinge mais gravemente as negras e pobres, que moram em condições precárias, ganham salários menores ou sequer têm fonte de renda para o sustento.






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